quarta-feira, 31 de julho de 2013

Para ouvir muito, muito alto.

Já estraguei umas colunas de um carro ao som deste sprint de guitarras e bateria. A sério! Aprecio muito os Bad Religion, não só as músicas como também as ideias que defendem e a coluna vertical que têm tido ao longo de uma carreira que vem já desde os anos 80. Ao contrário de alguns outros - vide Green Day que, ainda que legitimamente, enveredaram por caminhos mais comerciais - os Bad Religion mantêm-se fiéis aos seus princípos: punk rock crú, duro, com letras fantásticas. Sim, porque as letras dos BR são de enorme qualidade. Ao contrário do que se possa pensar, muitas bandas de punk, heavy metal e derivados têm muito cuidado com as suas letras. Pena que por vezes os grunhidos não nos deixem percepcionar o que dizem...

Educação musical - I

Escrever sobre os nossos ídolos é tramado. Caímos sempre na lamechice, no elogio fácil e exagerado, e deixamos o nosso gosto sobrepor-se imediatamente a qualquer outra opinião ou tentativa de esboçar uma contrária à nossa. Dito isto, vou passar a batata quente a um funcionário da BBC, que é sempre gente honesta e imparcial. Não fosse ele também um comediante. 
Senhoras e senhores, com vocês, no programa "Art that shook the world", um dos poucos génios musicais vivos do século XX, Brian Wilson e os seus rapazes da praia. 




Este documentário é de 2002. Muita coisa mudou entretanto. Brian Wilson estabilizou a vida e a carreira, conseguiu superar alguns dos dramas e fantasmas do passado que o atormentavam. A aguardada reunião dos Beach Boys realizou-se no ano passado, com a gravação de um álbum novo e subsequente tour, mas a cereja no topo do bolo, foi o desvendar do "Santo Graal" da música moderna – a edição do álbum esquecido "SMiLE". Não é exagero a denominação de "Graal". Todas as histórias (e posteriores especulações e mitos) que envolveram a gravação desse álbum, que levou à loucura e desgraça de Brian Wilson, são dignas de um filme do Orson Welles. Mas dos bons, tipo Citizen Kane! As demos originais de "SMiLE" foram guardadas durante décadas no cofre da Capital Records. Só em 2004 e com o apoio do letrista das músicas de "SMiLE", Van Dyke Parks, e do músico Darian Sahanaja, dos Wondermints, Wilson regressou às canções que tinha composto e deu-lhes o formato final que é "Brian Wilson Presents SMiLE".



Finalmente em 2011, Wilson ganhou coragem de rever as demos das gravações do "SMiLE" de 1967. Assim surgiu "The SMiLE Sessions" dos Beach Boys, a tentativa possível de dar algum formato final a essas mesmas gravações, com a edição em bónus das referidas demos. Foi o desvendar do mito, o "Graal" revelado aos crentes e descrentes, para o bem e para o mal. 

Ah, meretriz de memória!

Detesto brancas. Não as gajas, nem as vacas. Mas as brancas que temos na memória, especialmente quando estamos em amena cavaqueira com o sócio deste estaminé, a debater temas, bandas, recordações e, de repente, esquecemo-nos do raio do nome da banda ou da faixa ou do álbum, que temos a perfeita memória visual (e nenhum talento vocal para a expressar), mas que não conseguimos recordar o nome de forma alguma. 
Passou-se isso há pouco. 
Mas já está resolvido. 
E para partilharmos uma memória bem divertida dos anos 90, aqui vão os saudosos KLF, com uma senhora do country, Tamy Wynette:

Versões V

Dois coelhos com uma só cajadada: lembramos assim a lindíssima Madelena Iglésias e a força da vida que é a vocalista dos extintos Mler If Dada, a Anabela Duarte. Para nós.

Fear Nandos

Podia ser uma metáfora aos frangos do Nando's mas não é. Os Octa Push são um projeto recente na cena musical nacional. Misturando ritmos do drum'n'bass e breakbeat com sonoridades do garage londrino e notórias influências africanas, criam algo de novo e diferente no panorama musical nacional. Ouçamos pois o Fear Nandos, que espero vos desperte a curiosidade para outros temas da banda.

Entregues à bicharada.

Os Washed Out têm novo álbum, "Paracosm". À primeira audição parece mais do mesmo, o que não é necessariamente mau. Tomem o vosso café ao som deste "Don't Give Up" e deliciem-se com esta espécie de National Geographic estiloso.

terça-feira, 30 de julho de 2013

A canção da pequenada.

Para aqueles que ainda resistem a ir para o vale dos lençois, deixo-vos o Sr. Perry Blake a embalar-vos, que eu ainda estou a laborar. Boa noite. Durmam bem.

Uma coisa boa de ouvir.

Sempre desconfiei dos chamados "supergrupos", bandas formadas por músicos de outras bandas ou de projectos a solo, que se juntam para fazer coisas diferentes, seja lá o que isso for. 
O que não falta por aí são exemplos destes grupos que só capitalizam na fama dos seus intervenientes, relegando a qualidade sonora para áreas banais. Mas para toda a regra, há sempre uma ou outra excepção. Os Divine Fits são uma dessas excepções – um "supergrupo", com um verdadeiro super disco "A Thing Called Divine Fits". Com gente dos New Bomb TurksSpoonHandsome Furs e Wolf Parade, os Divine Fits fazem música da boa, daquela mesmo boa, que só há para os lados de Ermesinde. 
Senão oiçam.


Porque há vídeos para ver (ouvir, se quiserem) sem som...

Italo Disco II

Mais um seguidor do Italo Disco oriundo da... Alemanha, pois claro! Por detrás daquele aspeto austero e frio, os alemães (e alemãs, já agora) são uns grandes malucos.

Eis pois o Bolero, autoria dos Fancy. Ou do Fancy (Manfred Alois Perilano) pois o grupo restringe-se ao senhor com a bonita voz... Gosto de tudo neste vídeo: a maquilhagem, a coreografia, a roupa, os adereços, tudo. Foi número 1 em Espanha durante oito ou dez semanas, não me recordo agora ao certo. Um hino ao Italo Disco e ao bom gosto de nuestros hermanos.

"E assim o Kuduro, às vezes, entra em parafuso!"

Estão a ver??!? 
Vocês estão a ver??? 
Deixaram-me mal disposto, eu estou mal disposto, eu estou mesmo muito mal disposto, eu ponho o Kuduro! Larguem-me que eu vou pôr o Kuduro! 
Sempre a subir, Kuduro! 

Pai Profeta – Eu sou mau, (...) eu sou mau (...).
Nené Baila – Não, tu és padre ou és mau?

Nené Baila referindo-se aos sapatos de Pai Profeta – Onde compraste esse bolo não tinha pudim?




Conseguiram-no, outra vez.

Parabéns, gente iluminada que gosta de meter a pata no meu trabalho.
O mau humor já cá mora. Meretriz que vos pariu!

Italo Disco I

Seleção musical do DJ Bruto que não contivesse Italo Disco não era normal. O normal sim é começar a ouvir estas pérolas do bom gosto e para isso temos os Silent Circle da... Alemanha.

Podia escrever aqui uma pequena tese de mestrado sobre o Italo Disco. Mas prefiro que ouçam as músicas e vejam os vídeos. Com elementos oriundos do Disco mas mais "electronizados", esta corrente teve origem em Itália, no início dos anos 80, fruto dos esforços da editora ZYX, tendo-se rapidamente espalhado a outros países da Europa.

Sobre os Silent Circle... adoro o cabelo!!!

Uma gaja gira de óculos... Checked!

Apesar de ser um video de uma campanha publicitária de uma marca de óculos, a gerência deste estabelecimento achou por bem que começassem o dia com esta curta-metragem. A música do senhor, essa fica para ser vista e ouvida, dia 3, ao vivo. Bale!


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Planando.

Fechamos o dia de uma forma solene. Fazemos silêncio para ouvir uma voz única. Paul Buchanan não podia ser recebido de outra forma. O vocalista dos Blue Nile lançou no ano passado "Mid Air", um tratado de beleza e simplicidade. Aconcheguem-se no sofá e desfrutem. 


Mais e mais electrónica!

Bom, mais um vídeo de música electrónica. Quando estiver a abusar digam, por favor, que eu continuarei a fazê-lo.

Disco Rout, uma grande faixa do holandês Legowelt, um neo-electro que segue muito próximo as pisadas dos pioneiros dos movimentos house de Detroit e new wave e synthpop na Europa, utilizando para isso equipamentos idênticos aos dessa época, na sua maioria Korg. Esta remistura tem aos comandos outros dois grandes nomes da cena dançável europeia, a que por certo voltarei: Sven Vath e Richie Hawtin.


Versões IV

Já cá o tivemos a solo, a declarar-se o maior c#brão de sempre, hoje fazemos regressar John Grant com a sua ex-banda, os The Czars. Fãs dos Abba, roam-se de inveja e amaldiçoem-me até ao fim dos vossos dias, mas aqui está uma versão capaz de rivalizar com a excelência do original.

Vivó Brasiú!

Para todos aqueles que me acusam de não gostar de música originária do Brasil, aqui fica a prova em contrário. Gosto - e gosto mesmo muito - do senhor Amon Tobin e do seu alter ego Cujo. Drum'n'bass, jazz, ambient, dub, hip-hop, techno, etc., etc., tudo misturado com muito saber e qualidade.

Estando feito o post sobre um músico do Brasil, teremos então que aguardar mais uns quantos... anos até surgir nova coisa. É que de sertanejo, samba, chorinho, axé, pagode, forró e afins, fujo como o diabo da cruz. Vade retro Astaroth!


Pérolas da Mute - II

Regressamos à Mute Records e ao seu extenso arquivo. Aqui ficam uma malta que se dava mal com as convenções e com tudo o que impunha regras.


Música que dedico a alguns colegas e pessoas com quem me cruzo diariamente.

Toca a mexer!

Começo de mais uma semana. E quando o cafezinho não chega para nos pôr os níveis no mínimo exigível, quem sabe um clássico techno não ajuda a levantar o espírito e a reconfigurar os astros em nosso favor.

Meninas e meninos, eis os LFO, uma dupla techno que com apenas dois álbuns marcou a agenda deste estilo durante largos anos. Boa semana!

Trilhos para uma boa semana.

Maps, um dos projectos de música electrónica mais acarinhados por este vosso imodesto dj, regressou aos discos com o novo "Vicissitude". A abrir o disco, e a nossa semana, está este "A.M.A.". Não percam o norte, nem o bom gosto. Fiquem por aqui que ficam bem.

domingo, 28 de julho de 2013

A meia luz.

O nosso arquiduque favorito está de volta com o novo "Right Thoughts, Right Words, Right Action". O single agora lançado, "Love Illumination", é uma canção interessante, cheia dos tiques nervosos que tão bem caracterizam a música dos Franz Ferdinand. Mas não traz nada de novo, para além de nos deixar com um sorriso ternurento, uma espécie de "ah, os nossos amigos continuam fixes, na vida do costume, os malandros!". Salva-se o videoclip que promove a música, um inteligente compêndio das tendências avant-garde do século XX.

Versões III

Parece que há para aí uns quantos que não acreditam no senhor, no papa e em milagres. Quem pode duvidar do sol a bailar sobre as cabecinhas da Lúcia, Jacinta e Francisco? Eu não desprezo nunca os efeitos de uns bons cogumelos alucinogéneos ou sintomas de insolação. Há que acreditar, Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Dediquemos pois o dia do senhor a ler, por exemplo, a história dos papas, no bom livro de John Julius Norwich, "The Popes". Pederastia, assassinatos, fornicação, poligamia e ganância não vão faltar. Banda sonora? Um dos hinos do Christian Rock, aqui na versão dos anos 80 dos Doctor and the Medics, originalmente gravado por Norman Greenbaum. No Reino Unido ambas as versões foram nº 1. Aleluia!


O dia do senhor.

Há papa (com letra pequena que eu cá só gosto de outras papas) na televisão, com uma multidão histérica a assistir ao concerto na praia de Copacabana. Não percebo a excitação. Não há música, as letras do Xico são fracas, já para não falar da voz. Senhor por senhor, ao domingo, prefiro este.

João Aguardela

A vida foi injusta e levou-nos o João muito cedo. Excelente pessoa e grande músico, revisitou o cancioneiro português e revestiu-o de modernidade. Nos Sitiados, a Naifa ou Megafone demonstrou o seu espírito criativo e gosto pelas raízes da música tradicional lusa.

E é verdade, João. A música portuguesa está repleta de parvos. Mas ninguém ocupou o teu lugar.


Smooth morning.

O tempo convida a ficar na cama e a ouvir coisas suaves, como este "This moment" dos canadianos Under Electric Light. Que bom.


sábado, 27 de julho de 2013

Este já não nos escapa!

3 de agosto, CCB. O Sr. Devendra Banhart vai cantar-nos esta e outras pérolas. Já só falta uma semana. 

Não é o maior, mas anda lá perto.

Para começar o fim-de-semana em beleza, aqui vai o Sr. John Grant, no seu segundo álbum de originais "Pale Green Ghosts", a apresentar-nos "GMF". E porquê este senhor e esta canção? Porque quem escreve versos como: "Half of the time I think I'm in some movie / I play the underdog of course / I wonder who they'll get to play me / Maybe they could dig up Richard Burton's corpse." merece ser um dos maiores. E, por aqui, nós damos sempre espaço aos maiores! 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

THAT'S JUST SILLY - Part II - Fight!!!

Disclaimer: Eu detesto Rap, na sua maioria. Não acho grande piada a Hip-Hop, tirando pontuais exemplos, e abomino o actual R&B.
Agora que esclareci umas certas coisas, não resisto em partilhar este exemplo de bom humor nerd e cheio de referências à série "Game of Thrones" (leiam os livros, sff!!).
Bom fim-de-semana.


Estrelas da manhã.

Ligar o rádio de manhã pode degenerar em três coisas: notícias geralmente deprimentes, música geralmente má e apresentadores histéricos que acham que têm graça (e que regra geral não têm nenhuma). Como aqui no blog não temos nada disso, começamos o programa matinal com os desenhos animados. Meninos e meninas, os Belle and Sebastian, ao vivo, noticiando as depressões, mas com piada e boa música.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Festas e champagne.

De Stephin Merritt iremos falar muito neste blog porque temos tendência a falar de coisas boas e a falar muito de coisas muito boas. Mentor dos The Magnetic Fields, The 6's, The Gothic Archies e com obra em nome próprio,  Merritt tem tanto de génio como de mau feitio (Ah, almas gémeas compreendem-se). Voltou agora com mais um dos seus projectos, os Future Bible Heroes, onde volta a confessar o seu amor aos sintetizadores e a melodias pop escritas a preceito. O álbum dá pelo nome de "Partygoing" e o single de avanço é este:

Synthpop em Portugal

O movimento synthpop nunca atingiu grande dimensão em Portugal. Na verdade, as diversas correntes artísticas chegaram sempre ao nosso rectângulo com algum atraso relativamente aos países criadores de grandes tendências na Europa.

Não obstante, ainda tivemos alguns grupos que enveredaram pela opção sintetizadores em detrimento de instrumentos mais convencionais, casos dos Heróis do Mar e dos Sétima Legião. Foi também esse o caminho escolhido pelos Da Vinci, da dupla Pedro Luís e lei-Or. Banda com uma imagem bem pensada e alguns singles interessantes, ficaram no nosso imaginário essencialmente pela participação no Festival da Eurovisão, esse triste certame que, em outras épocas, serviu de rampa de lançamento ou de confirmação para muitos e bons nomes da canção ligeira portuguesa. Hoje em dia há pré-eliminatórias, canta-se tudo em inglês, a Finlândia vota na Suécia que por sua vez vota na Noruega que em seguida vota na Suécia e também na Dinamarca... E nós votamos na Espanha, por supuesto!

A pão e faca.

Brilhante videoclip de Paul Thomas Anderson para o novo single de Fiona Apple, "Hot Knife", do seu mais recente "The Idler Wheel...". A ver com olhos de ver.

Os burgueses dançam muito melhor que os robots - II

Correndo o risco de me repetir, repetir, repetir (...), o novo dos Pet Shop Boys, "Electric", deve ser ouvido assim, em repetição, repetição, repetição (...). E o futuro single a ser editado "Love is a Bourgeois Construct", com um sample de "Chasing Sheep is Best Left to Shepards" do Michael Nyman, é a jóia da coroa deste álbum.
Se não ouviram, oiçam. E voltem a ouvir. 
Mais uma vez. 
Insiste. 
Isso.
É bom, não é?



Não se esqueçam que podem ouvir o álbum na íntegra na posta anterior sobre os PSB.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

From The Netherlands with... pot

Não me pronuncio sobre o abstraccionismo e qualidade do vídeo que acompanha esta música dos holandeses I-F. A mestria do mesmo sobrepõe-se à minha capacidade de avaliação. Quanto à temática, e considerando a origem, já me parece bem plausível que os marcianos fumem coisas estranhas e ouçam os I-F até cair para o lado...


Os burgueses dançam muito melhor que os robots.

Honestidade acima de tudo, sff. O último dos Daft Punk, "Random Access Memories" é giro e tal, mas sejamos sinceros, tem 3 a 4 faixas muito boas e o resto é um relativo aborrecimento (já para não falar da porcaria que são 3 faixas totalmente passadas em vocoder). Agora no que toca aos nossos rapazes favoritos do comércio local, o novo álbum "Electric" é uma verdadeira bomba. Depois de "Elyseum" mais tranquilo, os Pet Shop Boys voltam ao final dos 80's, pegam numa lata de Red Bull, uns comprimidos mágicos, um gigante talento a escrever e compor, agitam bem e Pum! Temos certamente um dos candidatos a álbum do ano. Ao contrário dos robots surdos, os PSB não tiveram receio de se deixar contaminar pela produção de Stuart Price (o tipo que ainda vai mantendo a Madonna viva) e de saberem que passado reciclar. Enquanto que os robots foram pelo caminho do revisionismo disco/funk 70's, a herança Hi-Nrg e Techno é aqui bem absorvida e injecta uma pulsação única a um dos discos de dança mais completos e coerentes dos últimos anos.
Já cá mora no blog e a malta está de garrafa de água na mão para não desidratar.


Ahhnn... Ehrr... Hum...

Duas questões que coloco a esta banda:
1.ª – Pediram algum tipo de identificação para verificar a idade de algumas das intervenientes que aparecem no video?

2.ª – Como é que conseguiram manter-se sérios e com o olhar fixo na câmera durante todo o video?


terça-feira, 23 de julho de 2013

Máquina do tempo.

Os Devo são mais uma banda que de certeza tinha uma máquina do tempo para viajar. É impossível ter as músicas, letras e atitudes destes loucos originários do Ohio no final dos anos 70 sem ter uma forma de vislumbrar o futuro. Infelizmente para eles, o público não os conseguiu acompanhar e acabaram por se desvanecer com o decorrer da década de 80. Conjungando uma atitude punk com sonoridades que incorporam já muita maquinaria, os Devo pareciam obcecados por uma sociedade tecnológica e electrónica, mimificando movimentos rígidos, robóticos, eventualmente mesmo repressivos, que retratam a desumanização das nossas vidas. Não se deixem enganar pelo aspecto geek e pelos fatos coloridos. Os Devo estavam mesmo muito à frente, a ponto da dinossaúrica Rolling Stone os apelidar de fascistas.

O regresso à montanha?

Digam-me o que quiserem, para mim o melhor álbum de Goldfrapp continua a ser o de estreia, "Felt Mountain". Sim, o seguinte "Black Cherry" tinha um eletctropop muito bom, desafiante, refrescante e tal, mas o "Felt Mountain" é o momento da descoberta, é o momento da surpresa. O terceiro álbum, "Supernature", foi algo decepcionante e o último "Head First" um autêntico aborto revivalista dos 80's... Pelo meio houve um menosprezado "Seventh Tree". Agora chegam sons novos da Sra. Alison Goldfrapp e do seu comparsa Will Gregory: "Drew" é o primeiro avanço para "Tales of Us". E eu gostei. Cheira-me a algo fresco, bom, orquestral e dramático, como se quer. A tipa voltou a ser sexy e não a querer ser uma abba-wannabe-dancing-queen. Venha o álbum!


THAT'S JUST SILLY - Part I - The Lobster Strikes Back



Versões II

Uma versão mais roqueira do que o original mas que não foge muito à linha melódica dos Bee Gees. E, como seria de esperar, qualquer coisa na voz do talentoso Mike Patton fica bem. Aliás, a vontade é começar a colocar vídeos dos Faith No More, Mr. Bungle, Fantômas ou Tomahawk, pois tudo em que este senhor se mete é, genericamente, de qualidade superior.

Fiquemos então com o "I started a joke", música duma altura em que os Bee Gees ainda não tinham entrado na decadente época da Disco Fever e pela qual são, infelizmente, mais conhecidos das gerações recentes.

Pérolas da Mute - I

Iniciamos hoje uma visita de estudo aos arquivos visuais e sonoros das mais relevantes editoras musicais. Começamos com a Mute Records. Para rever com um olhar terno e saudoso, de copo na mão e comprimidos de enjoo.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

New Cut Copy?

Para mais tarde recordar.

Foto de duas pessoas que me são muito queridas (bom, uma mais do que a outra, na verdade!): Mr. Josh Homme, dos QOTSA e Miss Sónia Ramos, the best PR here, there and everywhere.

Agitando o habitual.

Dos The Knife esperamos grandes coisas. Difíceis e estranhas, é certo, mas muito satisfatórias no departamento "Que-Pancada-Na-Cabeça!". Gente nórdica de origem, a promover o novo álbum duplo "Shaking The Habitual", os The Knife não são para todos, nem pretendem ser para todos. Mas são bons naquilo que fazem. E nós gostamos daquilo que eles fazem. O resto é conversa. 


domingo, 21 de julho de 2013

Videos que ficam - I

Porque há videoclips que merecem ficar na nossa memória, iniciamos aqui uma revisão da matéria dada.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Tough Machine Music

Depois de um segundo álbum menos conseguido, em 2001 os Plaid regressaram com o LP Double Figure às percussões programadas, beatbox e linhas techno duras mas ainda assim melódicas, ou seja, àquilo que melhor sabem fazer.

Mais uns filhos da fantástica Warp Records, onde coexistem com nomes como Aphex Twin, Autechre, LFO, Squarepusher ou Boards of Canada, os Plaid criaram aqui um marco da música techno, com ritmos e melodias intrincadas que satisfazem plenamente a nossa necessidade de sintetizadores.

Das lambidelas e das gajas boas, mesmo boas...

No seguimento da mais recente tendência proposta pelo omnipresente Dj Bruto – miúdas atrevidas – proponho que partamos para fim-de-semana em puro deboche visual e sonoro.
Depravados e ordinárias, Aphex Twin e o clássico (em todo o seu esplendor, realizado por Chris Cunningham): Windowlicker!

BITCHES!!


SBSR

Tenho alguma pena de não ir ao SBSR deste ano mas isto não dá para tudo. Tempo e dinheiro não esticam pelo que lá me terei de lamentar por não ver, entre outros, os QOTSA. Já lá vai o tempo em que só num ano fui ao Sudoeste, Ermal, Paredes de Coura, SBSR...

Mas sim, são os QOTSA que maior amargo na boca me deixam. Gente que faz boa música desde os tempos dos Kyuss e que apesar da constante mudança nos membros da banda conseguem manter uma qualidade uniforme, ao contrário, por exemplo, dos Foo Fighters, que hoje se arrastam em discos e singles sem sentido.

Go with the flow, uma excelente música com mais umas miúdas atrevidas. Acho que estou a notar uma tendência nas minhas escolhas...

Para sintonizar o fim-de-semana.

Com o desejado e merecido fim-de-semana à porta, voltamos as nossas ondas hertzianas para uma pérola esquecida dos 90's: Love Songs On The Radio. Criançada, aqui ficam os Mojave 3 a sussurrarem-nos coisas bonitas ao ouvido.


Miss Bettie Page

Associado à música do incontestado rei do electro-swing, o austríaco Parov Stelar, este vídeo presta homenagem à primeira pin-up verdadeiramente universal, Bettie Mae Page, recorrentemente denominada "Queen of Pinups". Falecida em 2008, a sua história é uma verdadeira montanha russa de peripécias e emoções. Vale a pena dar uma vista de olhos pela sua biografia, nem que seja em modo sucinto: http://www.nndb.com/people/948/000022882/

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O futuro começou lá atrás.

Ah, grande companheiro Bruto, do que tu te foste lembrar... Aqui vão mais umas achas para a fogueira do futuro da música electrónica, lembrando uns pioneiros que por vezes são demasiado ofuscados pelos seus compatriotas germânicos Kraftwerk, os Tangerine Dream.
Malta descontente com o estado da música alemã nos anos 60 e a crescente ocidentalização "rockeira" da mesma, foram várias as bandas (como as citadas em cima) a descobrirem os sintetizadores e a inventarem novas variações dos mesmos. A música electrónica entrou para o colégio alemão em finais de 60, estudou lá, foi lá que lhe apareceu o primeiro acne, foi lá que se fez gente, no fundo. E foi lá que ganhou notoriedade ao espantar o restante mundo com a sua capacidade de ir do pop à música mais conceptual. Hoje, ontem, agora, aqui e acolá, os Tangerine Dream, ao vivo em 1975, em Coventry.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

O futuro é agora.

A arte tem o fascínio de nos permitir uma viagem no tempo, seja para o passado ou para o futuro. São muitas as bandas que, ao ouvir, me fazem imaginar como serão os próximos anos, as próximas décadas, os próximos séculos. É gente que está à frente da sua época, criando música que corta radicalmente com o paradigma estabelecido.

Nesse pressuposto podemos recordar grupos como os Kraftwerk ou o Gary Numan e, por certo, os the Future Sound of London. Da mente criativa de Garry Cobain e Brian Dougans sairam algumas das mais brilhantes sonoridades de Ambient Techno e a noção de que a dita "musica de dança" também pode ser para ouvir e não necessariamente (só) para dançar. Este single - Papua New Guinea - representa bem esse conceito.


Tomem lá um genial pecador!

Pegando na deixa da malandrice do meu mui estimado colega Bruto, trago-vos hoje uma personagem única no bolorento panorama musical actual. De nome artístico Father John Misty, este é o último projecto de Josh Tillman, ex-baterista dos Fleet Foxes. Lançou no ano passado o "porreiraço" álbum Fear Fun, compêndio de bom folk-rock-alt-indie-shit-sei-lá-mais-que-categorias-a-malta-gosta-de-inventar. É boa música. O tipo toca quase tudo, é talentoso que até chateia e as gajas dizem que ele tem boa pinta. Meretrizes fáceis, cá para mim. Mas como não me decidi com qual dos videos vos presenteio, decidi pôr os dois. Ah, e tal é uma espécie de videos Tarantinescos-Lynchescos-Palmescos-e-mais-umas-comparações-idiotas-que-vou-inventar...




terça-feira, 16 de julho de 2013

Guloseimas

Os A Perfect Circle são uma versão mais soft dos brilhantes Tool, uma das bandas de eleição deste vosso Bruto. Não obstante, a escolha vai mesmo para os APC. Porquê? Vejam o vídeo...

Velhos são os trapos.

Pena que uma das melhores músicas do novo The Next Day tenha direito ao video mais fraco que ele fez até agora. Mas, com uma música destas, perdoamos qualquer coisinha ao Sr. Camaleão.


Something wicked this way comes.

Há beleza no caos e no ruído? Sim.
É estranho e desagradável? Gostamos.
The Flaming Lips de regresso ao desajustado e psicadélico? Adjudicado!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Optimus Alive - Day 3

Um cartaz fraco, no meu mísero entendimento, para fechar um Optimus Alive que já teve melhores edições e concertos. Tenho mesmo dificuldade em destacar alguma banda, pelo que vou pelo mal menor: os Django Django, que me fazem lembrar os Beta Band.

Be kind, rewind.

Comecemos a semana com dois favoritos deste vosso rabujento Dj, uns de Blackwood (Gales), outro de Sheffield. Já cá andam há muitos anos. Homenageiam o melhor rock que ainda se sabe fazer. Cantam com motivação, com as tripas de fora, seja sobre política ou amor. E decidiram fazer esta pérola. Avós e avôs, Manic Street Preachers com a bela voz de Richard Hawley:


domingo, 14 de julho de 2013

Da ressaca e afins.

Porque as férias já se foram, porque os Depeche já se foram, porque a pachorra para os festivaleiros profissionais também já se foi (há muito tempo), hoje estamos de ressaca. Oficial. Daquelas deste género:


sábado, 13 de julho de 2013

Optimus Alive - Day 2

Segundo dia do Optimus Alive e destaque natural para os Depeche Mode. Muitos sucessos serão por certo tocados, betos, punks e emos cantarão o refrão e nós decerto nos lembraremos da brilhante carreira desta banda que marcou a música desde a década de 80.

Figuras de vanguarda do movimento synthpop, os DM inseriram-se perfeitamente nessa corrente cujos pioneiros são, infelizmente, muitas vezes esquecidos. Aí fica pois um bom documentário realizado pela BBC intitulado Synth Britannia. Faltam alguns nomes mas em pouco mais de 80 minutos não é possível fazer muito mais. O advento dos sintetizadores significou realmente uma New Life.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Optimus Alive - Day 1

Acabado de chegar de férias e encontro o blog repleto de coisas boas saídas da enciclopédia musical que é o DJ Ruto. Haja alguém que perceba disto!

Primeiro dia do Optimus Alive 2013, bilhete no bolso (ou quase) oferta de uma grande amiga, mas o corpo exige descanso. Muito descanso. Guardemo-nos para dias vindouros e ouçamos os cabeças de cartaz de hoje.


Banda sonora para as férias – versão Spiritualized

sexta-feira, 5 de julho de 2013

After you!

A partir de hoje, durante uma semana, vou andar atrás de alguém.
Para todo lado! 
No, please, I insist, after you...

Do chavascal...

Pegando na deixa do meu mui ilustre companheiro de route, este blog está demasiado atinadinho. Precisa de ser apanhado a coçar os genitais.
Cá vai uma bichice mesmo boa para a micose (ver até ao fim)...

Música para viagens I.

Para quem se faz à estrada ou ao céu, aqui fica a banda sonora para se contemplar a paisagem. 
Bonne voyage, monsieur Brute...


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Versões I

Este blog anda demasiado bem comportado para o meu gosto. Altura para o chavasco.

Mais uns que não podiam aqui faltar e que por certo voltaremos a falar.


I need your arms around me, I need to feel your touch

Com este começo de letra é logo de ficar retraído mas não vale a pena. As letras cínicas e sarcásticas dos Cake são muito bem estudadas, assim como a sua imagem despretensiosa, a sua música cheia de referências à cultura pop e a sua independência da indústria discográfica. A última vez que ouvimos falar deles estavam a gravar o seu último álbum num pequeno estúdio, próximo de Sacramento, totalmente abastecido por energia solar.

Conhecidos do grande público pelo sucesso "The Distance" e por uma versão do "I Will Survive" da Gloria Gaynor, para mim é neste "Never There" que melhor se compreende o ADN dos Cake: assentes na América profunda, bebendo influências do pop, jazz, rock, country, hip-hop e fazendo músicas simples mas cativantes.

Para começar bem a manhã...

Depois de nos terem dado o video-chunga-delicioso-rei-das-coreografias-pirosas (viva Bollywood) do ano passado, os Citizens! voltam a dar nova roupagem a uma das melhores canções de 2012, "True Romance". Desta vez são linguados. Por aqui a malta gostou. Mas mantém o outro no coração e no chão marcado lá de casa...
Para descobrirem ou reverem. 



quarta-feira, 3 de julho de 2013

Do ya (ou talvez too young).

Respondendo ao desafio do Dj Ruto, confirmo que é verdade, não os respeito (Galopim e Lopes)!

Não, não é verdade. Respeito-os bastante, cada um na sua área, ainda que não possa dizer que foram figuras marcantes na minha formação e formatação musical ou fílmica. Na primeira vertente apontaria mais para personagens como Ricardo Saló ou Vítor Belanciano.

Porém, um programa do Nuno Galopim não é motivo de mudança imediata de onda hertziana. Já me deu a conhecer coisas muito interessantes, uma das quais foram os excelentes Junior Boys.



A América de Deacon.

Hoje – e graças a uma "posta" de um blog de referência da nossa praça, o Sound and Vision, dos Srs. Galopim e Lopes, escribas que merecem algum respeito por parte deste vosso Dj (o Dj Bruto vos dirá se os respeita ou não, embora eu desconfie que ele respeita pouca gente) – achei que estava na hora de conhecerem a lovechild do Homer Simpson com o Pato Donald: Dan Deacon.
Figura ímpar na actual música electrónica, Deacon é um nerd volumoso, qual americano do midwest, que trocou os seus rifles por uma panóplia de sintetizadores. Presença inconfundível ao vivo, torna os seus espectáculos em verdadeiros acontecimentos de diversão, dança e boa disposição. Que o diga a multidão louca que o viu no Optimus Primavera Sound deste ano.
Assim, para celebrar a entrada do amigo Deacon na nossa companhia, trago-vos uma hora de grande música e animação. Primeiro a colaboração de Deacon com o pessoal do Adult Swim (esse grande canal), num fascinante video que apresenta as últimas 4 faixas do álbum "America" (na imodesta opinião deste vosso Dj, um dos álbuns de 2012) e depois uma actuação no festival South by Southwest, do ano passado.
"That's all, folks!"




Do céu ao inferno em... poucos compassos.

Este vídeo das meninas Miranda Sex Garden retrata bem o que musicalmente elas representaram: excelentes executantes a misturarem estilos tão diversos como rock industrial, gótico, folk, madrigais e uma infinidade de outras coisas, todas muito bem equilibradas na poção mágica que elas nos serviram a partir do segundo álbum: Iris.

Começando na voz etérea da Katharine Blake surgem construções sonoras que criam novas complexidades e que fazem da audição de uma música das MSG uma autêntica viagem, como de um oásis ao caos. Descobri-as por acaso numa noite de insónia que me levou a estar lá para as 3 da matina a ver o canal 2 da RTP (não, não havia TV por cabo/fibra, apenas 4 simples canais). A transmissão reportava-se a um concerto das raparigas e... foi ver até ao fim.

Perfeição.

Go!

Porque ainda não tínhamos posto os Lemon Jelly.
Porque é a faixa ideal para levantar da cama.
E porque é o William "Kirk" Shatner que nos manda mexer.

"Beam me up, Scotty!"


terça-feira, 2 de julho de 2013

Tiga? Maybe not.

Aproveitando parte da temática do anterior post do DJ Ruto, nomeadamente no que concerne à utilização de máscaras, batas e outras fatiotas, eis uma outra banda que usava em palco máscaras de gás e artefactos associados à guerra química e biológica: os Altern 8.

Os Altern 8 foram um curto projecto paralelo dos já bastante famosos ravers Nexus 21, apostando em fortes batidas com influência do techno de Detroit e do acid house de colectivos como os Phuture. Neste vídeo percepciona-se como eram as suas actuações ao vivo, pujantes e muito cénicas. A música esteve na base, já neste século, de um grande sucesso do Tiga - "You gonna want me" - que, lá está, é uma boa excepção às más versões.

New Weirdos. Para celebrar o fecho da Porta(s)...

Cá vai mais uma banda que passou ao lado de muita gente, mas não escapou ao crivo dos vossos mui venerados inspectores da ASAE musical. 
Chamam-se Clinic. Lançaram recentemente "Free Reign", o seu sétimo álbum de originais.
É gente com problemas mentais. Daqueles mesmo bons. 
Costumam actuar com batas e máscaras de cirurgia. 
E criam música que acompanha bem os cigarros que fazem rir. 
Fortemente inspirados pelo psicadelismo inglês dos swinging sixties, adeptos dos hammonds e rolands vintage, senhoras e proxenetas, apresentamos os Clinic em três momentos educativos:







New Romantics.

Uma daquelas que não podia faltar aqui no Duotron. De certeza que no futuro voltaremos aos Soft Cell.

Instrumental e XL Recordings.

Aviso à navegação: muito do que para aqui vou colocar será por certo instrumental. Porquê? Porque sempre gostei e porque acho que, por vezes, a voz, como outro mero instrumento de um todo, é perfeitamente substituível por uma linha de guitarra ou sintetizador, por exemplo. Bom, pode-se argumentar que assim não temos a letra, que a música perde uma parte essencial, etc. Sim, se a letra for capaz, o que na maioria das vezes não acontece. Temos coisas como "sinto amor no ar", "ainda não encontrei aquilo que procuro" ou "como uma virgem"...

É pois instrumental esta música dos nova-iorquinos Ratatat. E como é que descobri esta banda com este brilhante nome? Gravam para a XL Recordings, uma daquelas editoras que lança o que lhe apetece, quando lhe apetece. Dela já saíram coisas tão boas como Radiohead, The Prodigy, Beck, Peaches, entre outros. É pois recomendável uma visita regular ao catálogo da XL. Quem sabe não vamos por lá encontrar a nossa next big thing.

Uma segunda juventude.

Reviver os velhos amores é sempre complicado. 
Descobrir que a paixão da nossa juventude envelheceu e engordou é ainda mais complicado. 
É? 
Não, não é, especialmente quando a nossa paixão juvenil já tinha uns kilos a mais, um estilo esquisito, berrava como ninguém e escrevia canções sobre surf, ovnis, mutilação e incesto. Sim, os Pixies estão de volta, ainda mais gordos e carecas, sem a Kim Deal (que está uma "real suburban housewife") que saiu para se dedicar ao regresso das suas Breeders. 
E então como canta a nossa velha ex-namorada do liceu? Ah, lindamente. Apesar da idade e da gravidade, tem tudo no sítio. Basta ver e ouvir na nova música "Bagboy". E até a vamos convidar para ir jantar fora, no dia 9 de novembro. Com algum jeitinho ela dar-nos-á outra vez a alegria da juventude, o br*che bem feito na plateia ou a queca bem metida no balcão. E com alguma sorte não tocam a mediocridade do "Here Comes Your Man". Ou seja, deixa-nos metê-lo sem preservativo! Yes! 
Viva a irresponsabilidade juvenil.

Analógico.

Uma pequena homenagem ao meu compagnon de route neste projecto sónico, também ele um apreciador dos efeitos magníficos que se conseguem obter a partir de um sintetizador analógico. E para demonstrar essas potencialidades nada melhor do que um tema da série Analord do génio Richard D. James, aqui na sua pele AFX.

Analord, não de Anal Lord como muitos na altura brincaram, mas antes de Analogic Lord ou de A Roland (anagrama).

Pequeno almoço está servido.

Torradas, leite com café, sumo de laranja, ovos, cereais, fruta, Elvis, Propellerheads, uma grande batida, um despachar grego da loiça e vamos a isto! 

Uma nova manhã.

Uma nova manhã. Eventualmente um novo começo. Novos horizontes se nos deparam, oferecendo oportunidades para mudarmos e evoluirmos.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A melodia que seguimos. A emissão que nos deixou.

Das melodias que nos encantam, das recordações que nos trazem, Melody's Echo Chamber, projecto da Mlle Melody Prochet (guiada sabiamente pelo psicadelismo do Sr. "Tame Impala" Kevin Parker), foi uma agradável surpresa nessa primavera portuense de bom som. Garota francesa de boa pinta, Melody trouxe-nos à memória uma outra garota-melodia que tantas saudades deixou aqui pelo burgo. Trish Keenan e os seus Broadcast. Banda essencial do experimentalismo psicadélico revisionista do final do século XX e princípio do XXI, os Broadcast deram-nos melodias estranhas, perturbadoras, mas intensamente belas. Precocemente retirada da nossa companhia pelo gripe do vírus H1N1, Trish deixou-nos, aos 42 anos, um legado musical tão particular como as suas canções: estranho, mas belo.

Melody para conhecer, Trish para recordar. 
Aqui ficam ambas naquilo que fazem melhor.



New Prodigy?

Bom, por esta altura estava na fase Prodigy. Tudo o que se assemelhasse ou que dissessem que se assemelhava era de consumo garantido. Li pois algures (suplemento do Público, talvez), que os BRA eram os próximos Prodigy. Comprei o álbum e... não tem nada a ver!

Valeu-me que o álbum homónimo era - e é - de grande qualidade. Há erros que valem a pena.

Não mexer!!!

Há músicas que deviam de ter um aviso: proibido mexer, alterar ou samplar! Na verdade, a maioria das versões de músicas originais não acrescenta rigorosamente nada. Há excepções mas são, indubitavelmente, excepções.

Um dos exemplos do assassinato a que são sujeitas algumas músicas é este instrumental muito interessante do germânico Harold Faltermeyer, hoje em dia inaudível por causa da aberração Crazy Frog (a.k.a. The Annoying Thing). Faz jus ao nome.

N.º 1

Um / One / Un / Uno / Eins