segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Ainda na Coreia, mas mais a norte.

Os eslovenos Laibach (nome alemão para Liubliana, a capital da Eslovénia) sempre foram um ovni na música moderna europeia. O projecto nascido em Trbovlje, no ano de 1980, nunca se pautou pelo convencional nem pelo facilitismo. A atitude provocatória dos Laibach, que basearam a sua imagem nos arquétipos visuais de regimes totalitários nacionalistas, rapidamente chocou com as 'soviéticas' Eslovénia e Jugoslávia da época. Musicalmente, o começo dos Laibach também não foi de fácil digestão: som pesado, altamente influenciado pelo rock industrial e vocalizações guturais, cortesia do cantor Milan Fras. Para uma melhor compreensão da carreira dos Laibach recomendamos a consulta da biografia oficial na página da banda.

Mas como é de novidades que gostamos, vamos ao que interessa: o novo disco que os Laibach vão editar no dia 23 de novembro, "The Sound of Music". O nome não vos é estranho? Pois então lembrem-se de Julie Andrews a rodopiar nos Alpes, criancinhas loiras a cantar na Áustria nazi e a RTP a passar esta porcaria em todas as tardes do dia de Natal. Exactamente, esse "The Sound of Music", ou "Música no Coração", como chamaram por cá...

Para juntar mais confusão a uma posta já bizarra, falta perceber o que é que a Coreia do Norte tem a ver com esta salgalhada europeia. Aqui fica a resposta oficial da banda:

The Sound of Music was conceived when Laibach were infamously invited to perform in North Korea in 2015. The band performed several songs from the 1965 film’s soundtrack at the concert in Pyongyang, chosen by Laibach as it’s a well-known and beloved film in the DPRK and often used by schoolchildren to learn English. Laibach are joined by Boris Benko (Silence) and Marina Mårtensson on vocals and the album gives the Laibach treatment to tracks such as ‘My Favorite Things’, ‘Edelweiss’, ‘Do-Re-Mi’ and ‘Maria’, here reworked as ‘Maria / Korea’ (“How do you solve a problem like Maria / Korea?”).

Os singles conhecidos são estes: "The Sound of Music", realizado por Morten Traavik e Uģis Olte, e "My Favorite Things", de Tomislav Gangl e Luka Karlin.

Perturbador e bonito. São os adjectivos que se impõem.




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