terça-feira, 16 de outubro de 2018

Manias de grandeza.

Em 1992, os Primal Scream tinham o rei na barriga: "Screamdelica" era um fenómeno global, quer de vendas, quer de crítica, valendo-lhes um Mercury Music Prize, eram citados e referenciados por todas as publicações da especialidade e esgotavam os recintos onde actuavam. Eram uns senhores.

Entre esse ano e 94, a trupe de Bobby Gillespie, Andrew Innes e Martin Duffy gravou e editou "Give Out But Don't Give Up". Entre Londres e Memphis, os Primal Scream acharam que podiam ser os novos The Rolling Stones e enveredaram por uma sonoridade cheia de referências R&B, Delta Blues e Rock N'Roll. A rádio adorava canções como "Rocks" e "Jailbird", mas os fãs que tinham descoberto os Primal Scream, via a onda acid-house de "Screamdelica", estavam lixados da vida. Felizmente, em 1997, a banda sossegou os seguidores mais hardcore com o magnífico "Vanishing Point".

24 anos depois, aproveitando a onda de nostalgia que se abate sobre as bandas com carreiras longas, os Primal Scream decidiram recuperar as gravações originais de "Give Out But Don't Give Up" feitas em Memphis, editando-as com o título "Give Out But Don’t Give Up - The Original Memphis Recordings". Estas novas (velhas) versões soam mais soul, com mais ênfase nos metais que adornavam as músicas. Não são melhores nem piores do que aquilo que conhecemos da década de 1990. Uns fãs ficarão contentes, outros completamente desinteressados por este achado arqueológico.

Façam o vosso juízo dos 'novos' "Jailbird", "Rocks" e "Big Jet Plane", que teve direito a vídeo, ao melhor estilo fomos-uns-gandas-malucos...





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