sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Já foste.

Confesso que este me custa um bocado. O grunge está lá numa caixinha bem guardada do (meu) passado e só muito esporadicamente merece ser revisitada. Mas não pode ser com facilidade que vemos desaparecer alguém que, em dada altura, era uma voz diária no nosso quotidiano, do qual acompanhávamos as suas peripécias e vida de rock and roller.

Faleceu portanto hoje o Scott Weiland, vocalista dos Stone Temple Pilots, Velvet Revolver, Camp Freddy e, nos últimos tempos, dos The Wildabouts, com os quais estava em digressão. Era daquelas figuras que, mais ou cedo ou mais tarde, esperaríamos que isto acontecesse: uma morte prematura, em função da vida pouco regrada, à imagem do sucedido com um seu contemporâneo, Layne Staley.

Mas bom, ficam-nos as histórias sobre o homem, recordações de um verdadeiro animal de palco (que concerto que deram os Velvet Revolver no Coliseu!) e as óptimas canções que nos legou.

Do primeiro álbum dos STP, "Core" (de 1992) fiquem com este "Creep".



Do álbum seguinte, "Purple" (de 1994), poderíamos retirar muitas coisas, desde "Pretty Penny" a "Vasoline" ou "Big Empty". Optemos pelo single de maior sucesso desse LP, "Interstate Love Song".



Em 1996 foi a vez de "Tiny Music... Songs from the Vatican Gift Shop", para mim o melhor álbum da banda, a fugir bastante às suas raízes, apostando no menos fácil e óbvio. Influências dos The Beatles, jangle pop e shoegaze são notórias e não fora o crescente conflito interno na banda, maioritariamente motivado pelos problemas de álcool e drogas de Weiland, seria provavelmente o álbum comercialmente mais bem sucedido. "Big Bang Baby", um single que ninguém esperaria nos STP de 1992.



Bom, a partir daqui foi quase sempre a descer, muito por culpa do Scott Weiland. Por altura do lançamento do "No. 4" quase que não houve promoção, motivado pela prisão durante um ano de Weiland. Poderíamos falar sobre os restantes álbuns dos STP mas já se percebeu a trajectória, que culminou em 2013 com a sua saída definitiva da banda.

Pelo caminho ainda fez parte dos Velvet Revolver, uma super-banda (que porcaria de termo), que para além de Weiland incluia também Slash, Matt Sorum e Duff McKagan dos Guns N' Roses e Dave Kushner dos Wasted Youth. Mais uma vez este projecto foi prejudicado pelo comportamento pouco profissional de Weiland, que para além de inúmeros outros problemas decidiu entrar numa clínica de reabilitação a meio de uma tournée.

Enfim, chega de confusões. Fiquem com "Slither", provavelmente o single mais conhecido dos Velvet Revolver e prestemos homenagem à alma atormentada deste verdadeiro homem do rock.

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