Gostamos de gente que não se leva a sério.
Os MGMT de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser têm feito um trabalho louvável a minar a popularidade que ganharam com o seu disco de estreia, "Oracular Spectacular", de 2007. Não que o álbum fosse mau, longe disso. Basta pôr a tocar "Kids" e "Time to Pretend" e há gente a dançar. Mas a dupla não soube digerir o sucesso e todo o hype à volta do disco. Vai daí, lançaram "Congratulations" (2010) e "MGMT" (2013), álbuns que deixaram muitos fãs baralhados e críticos irritados. Mais alternativos e menos orelhudos, eram discos que pediam disponibilidade para serem escutados diversas vezes. E depois os singles eram servidos de vídeos ainda mais desafiantes.
Chegamos a 2018 e, a dois dias do lançamento oficial de "Little Dark Age", recebemos o mais recente single, "Me and Michael". A quarta faixa do disco é uma paródia fantástica aos hits da década de 1980. Não sabemos se foi da inspiração dos artistas convidados (Ariel Pink e Connan Mockasin) ou se foi obra dos produtores (Patrick Wimberly e Dave Fridmann), mas aquilo que nos chega aos ouvidos é retro-pop-chunga dos 80s muito bem feito (ou plagiado) e que se torna uma constante ao longo de todo o disco. E isso é bom? É sim, senhor!
E se os acusarem de irem na moda de recriar o som da última década original, eles, pelos vistos, não se importam. Basta ver a magnífica campanha de promoção de "Me and Michael". Quem se dá ao trabalho de pôr uma banda filipina a cantar uma versão do single, com a produção do próprio Dave Fridman e do realizador dos vídeos, Joey Frank, é porque não se leva muito a sério. E nós agradecemos!
E aplaudimos!!
P.S.: para os curiosos das figurações o actor que surge no vídeo é o irmão do Steve Buscemi, Michael Buscemi! Me and Michael, nudge, nudge...
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