sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Símios em transe.

Dos Gorillaz de Damon Albarn e Jamie Hewlett já temos expectativas baixas. Tiveram dois grandes álbuns, o homónimo de estreia, de 2001, e o seu sucessor, "Demon Days", de 2005. Depois foi muita farra, demasiado hip-hop e a coisa azedou.

Em junho deste ano a banda lançou um novo trabalho, "The Now Now". Os primeiros singles continuaram a passar-nos ao lado. Teve de ser este "Tranz" e as suas electrónicas retro que nos fizeram olhar duas vezes para os desenhos animados.

O vídeo é de Jamie Hewlett.

Versões - LXXI

"Make Me Smile (Come Up and See Me)", original de 1975, composto e tocado por Steve Harley & Cockney Rebel, já foi alvo de versões de vários artistas (Erasure e Suzy Quatro, por exemplo), mas esta versão dos Duran Duran, de 1982, tocada ao vivo em Londres, é um bom exemplo de uma bela apropriação de obra alheia.

O original segue abaixo.



quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Apelo às armas.

O álbum chama-se "Songs Of Resistance 1942 - 2018" e tem edição marcada para esta sexta-feira, dia 14 de setembro. A guitarra de Marc Ribot está de volta e trouxe um convidado especialíssimo, o sr. Tom Waits, que dá voz a “Bella Ciao”, um clássico da luta antifascista italiana.

A propósito da escolha deste tema, Ribot declarou o seguinte:

I played Tom a bunch of the tunes and he immediately bonded with that one (...). “Of course, he brings a certain gravitas to everything he does — my Italian friends say he sounds exactly like an old ‘partigiano’ (resistance fighter)!


O vídeo é de Jem Cohen.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Modernismo.

Se isto não é belo então confesso a minha incapacidade para avaliar a beleza.

Da série Gymnopédies, composições escritas a partir de 1888, fiquem com Erik Satie, num vídeo abrilhantado pelos quadros do pós-impressionista Édouard Cortès.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Pelas ondas da rádio - XVIII

"Bring it On", álbum de estreia dos ingleses Gomez (o acutilante Dj Bruto já falou deles aqui), foi um dos melhores discos de 1998. 20 anos depois a banda oferece aos fãs uma edição comemorativa do álbum com quatro discos: álbum original, lados B e 35 faixas nunca editadas, gravadas entre 1997 e 1998!

Fiquem com uma das bandas rock mais fascinantes do final do século XX, ao vivo na nossa KEXP, com quatro clássicos de ""Bring it On": "Whippin' Piccadilly", "Free To Run", "78 Stone Wobble" e a lindíssima "Tijuana Lady". Não percam a conversa pelo meio que vale a pena.

Nós bem gostávamos, mas com a idade...

"Fuck Forever" foi single do álbum de estreia dos Babyshambles - "Down in Albion" - projecto em que Pete Doherty se decidiu aborrecer após ser suspenso dos The Libertines por consumo descontrolado de substâncias psicotrópicas. O que seja que o gajo tomava era certamente de qualidade, pois a parceria que fez com Patrick Walden resultou em óptimos momentos de rock britânico.

Desde 2013 que poucas novidades temos dos Babyshambles, talvez por causa da segunda vida dos The Libertines. Mas com esta rapaziada pouca coisa é certa, pelo que talvez ainda não tenhamos ouvido os últimos acordes destes senhores.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Vai haver barulho.

Hoje baixámos o volume dos sintetizadores e subimos o das guitarras.

Chamam-se Idles, são ingleses e vêm de Bristol. Apontados como uma das grandes esperanças do punk rock inglês, a trupe liderada por Joe Talbot lançou em 2017 "Brutalism", o seu álbum de estreia, que teve uma bela recepção por parte da crítica e fãs. No dia 31 de agosto espetaram com o seu segundo álbum, "Joy as an Act of Resistance", nas trombas do mundo.

E o mundo já andava a pedi-las!

O disco apresenta-nos um retrato da sociedade inglesa como há muito não ouvíamos: voraz, acutilante e desinibido, alimentado a raiva, baixo, bateria e guitarras. E como gostamos de agitar as águas, chafurdem nos singles já editados: "GREAT" (vídeo de Theo Watkins), "Danny Nedelko", "Samaritans" (Theo Watkins) e "Colossus" (Will Hooper).

Hoje voltámos a ter esperança nos ingleses!



Blighty wants his country back
Fifty-inch screen in his cul-de-sac
Wombic charm of the Union Jack
As he cries at the price of a bacon bap

Islam didn’t eat your hamster
Change isn’t a crime
So won't you take my hand sir
And sing with me in time

G R E A T

Blighty wants her blue passport
Not quite sure what the union’s for
Burning bridges and closing doors
Not sure what she sees on the seashore
(...)





My blood brother is an Immigrant
A beautiful immigrant

My blood brother’s Freddie Mercury
A Nigerian mother of three

He’s made of bone
He’s made of blood
He’s made of flesh
He’s made of love
He’s made of you
He’s made of me
Unity

Fear leads to panic
Panic leads to pain
Pain leads to anger
Anger leads to hate
(...)




(...)
Man up
Sit down
Chin up
Pipe down
Socks up
Don't cry
Drink up
Don't whine

Grow some balls he said
Grow some balls

The mask of masculinity
is a mask a mask that's wearing me

Grow some balls he said
Grow some balls

I'm a real boy
Boy and I cry
I love myself
And I want to try

This is why you never see your father cry
I kissed a boy and I liked it


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Sangue magenta.

A moda dos remakes de clássicos cinematográficos veio para ficar e, infelizmente, não dá sinais de abrandar.

"Suspiria", uma das obras maiores do cinema de terror que veio a ficar conhecido como giallo, cortesia do realizador do filme, Dario Argento, é a mais recente película a ser revista e atualizada.

Lançado em 1977, "Suspiria" rapidamente ganhou o estatuto de filme de culto graças ao pesadelo multicolor que Argento e o seu director de fotografia, Luciano Tovoli, injectaram no filme. Todo o jogo de cores, luzes, padrões e elementos arquitectónicos, tratados via Technicolor, levavam os espectadores a serem imersos num mundo surreal e de constante desconforto. Outro elemento que muito contribuiu para o sucesso do filme foi a sua banda-sonora, a cargo da banda italiana de rock progressivo Goblin. A título pessoal declaramos que não somos fãs desta banda-sonora. Percebemos o seu valor à época, mas a música incomoda mais pela repetição excessiva do que pelo susto que ajuda a formar no ecrã.

Então e o que podemos esperar de "Suspiria" versão 2018, realizado pelo também italiano Luca Guadagnino? Bem, com o elenco que já conhecemos, esperamos melhores actuações e uma melhor direcção de actores, já que Argento estava mais preocupado com as saturações de vermelho e verde na película do que a qualidade das falas. Um dos grandes defeitos que se pode apontar ao original é a miserável direcção de actores. Depois havia o problema das dobragens das falas e uma narrativa fraquinha, para sermos simpáticos. Perdoamos os efeitos especiais, pois estamos a falar de uma produção europeia da década de 1970, fora dos grandes orçamentos dos E.U.A..

Para já o "Suspiria" 2.0 tem um nome a jogar a seu favor: o inglês Thom Yorke, dos Radiohead, foi o músico escolhido para criar os ambientes sonoros do filme.

Seguem os trailers do remake e do original e excertos das suas respectivas bandas sonoras.