terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Novos horizontes.

Isto já tem uns anitos, mas continua tão bom!

LTJ Bukem com "Horizons", do EP homónimo de 1997. Música com 20 anos mas que continua moderna (provavelmente em demasia).

Coração apertado.

É uma das mais belas peças de música escrita na década de 1990. Chama-se "Broken Heart" e pertence à obra prima "Ladies And Gentlemen We Are Floating In Space", de 1997.

Blues, gospel, space rock e a voz de Jason Pierce são os ingredientes deste vosso pequeno almoço melancólico, aqui no registo ao vivo "Royal Albert Hall October 10 1997", o duplo álbum que capta a intensidade sonora da digressão de promoção de "Ladies And Gentlemen (...)". Em cima do palco estavam os Spiritualized (Pierce, Sean Cook, Michael Mooney, Damon Reece, Thighpaulsandra, Ray Dickaty), o London Community Gospel Choir, uma secção de metais e um quarteto de cordas.

Bonito, pá!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Revisão dos clássicos.

31 de janeiro de 1983. Data da edição de "Get the Balance Right!", o sétimo single lançado pelos Depeche Mode e o primeiro a contar com Alan Wilder. Depois viria o terceiro álbum da banda inglesa, "Construction Time Again".

35 anos depois, os DM estão a reeditar os singles dessa altura e do álbum de 1984, "Some Great Reward". Para saberem mais, espreitem aqui.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Pelas ondas da rádio - XIX

IDLES, IDLES, IDLES, IDLES.
Não nos cansamos.

Até mesmo enfiados num estúdio de rádio, em poucos metros quadrados, a energia dos ingleses é absolutamente contagiante.

"Jesus!" é o desabafo de John Richards, o Dj do programa matinal da KEXP, após as duas primeiras canções dos IDLES. Nós acrescentaríamos: "Car#lho, fod@-se! Que maravilha!".

Oiçam também a entrevista à banda para perceberem que estamos perante malta saudável da cabeça e com uma visão do mundo que faz falta a muita gente que por aí anda.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Houve muito barulho!




IDLES ao vivo, ontem à noite, no LAV.

Houve de tudo:
Invasões de palco.
Músicos a cantar (e berrar) no meio do público.
Um sapo de peluche que se tornou estrela.
Um português raivoso que se intitulava de António Costa.
Uma família beta (pai e dois filhos adolescentes) que andava ao mosh.
E um grande, enorme, tremendo concerto da banda inglesa!

GREAT!

terça-feira, 13 de novembro de 2018

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Emissão retomada. II

Voltamos à rubrica 'mete-as-novidades-atrasadas-em-dia', desta vez em versão electrónica:

"Singularity", o mais recente disco de Jon Hopkins teve direito a um novo single, "Feel First Life". O vídeo é de Elliot Dear.




Ouvimos agora uns sintetizadores bem vintage: "Oh Baby", dos LCD Soundsystem, a faixa que abre o seu último de originais, "American Dream". O vídeo é de Rian Johnson Starring e conta com as participações especiais de Sissy Spacek e David Strathairn.




Alexis Taylor, o vocalista dos Hot Chip, ainda anda a promover o álbum "Beautiful Thing", lançado em abril deste ano. A nova aposta do músico inglês vai para a versão de "Suspicious of Me", aqui com o toque de Tim Goldsworthy, um dos co-fundadores da DFA Records. O vídeo é de Edwin Burdis.




Da nossa adorada Islândia, voltamos a receber os mais distintos embaixadores da música electrónica local: os GusGus. A música chama-se "Don't Know How To Love", conta com a voz de John Grant nos coros. O álbum chama-se "Lies Are More Flexible" e também foi lançado em abril deste ano. O vídeo é de Ellen Lofts, Andri Haraldsson e Baltasar Breki Samper.







terça-feira, 6 de novembro de 2018

Em perseguição.

7 de dezembro é a data do lançamento de "Chasescene", o novo disco do norte-americano Daniel Knox. Já temos dois singles para mostrar: "Cut From The Belly" (vídeo de W.S. Beasley) e "Capitol" (vídeo realizado pelo músico) que conta com a participação de Jarvis Cocker.

São bons avanços, mas ainda não estão ao nível do deslumbrante álbum homónimo de 2015, "Daniel Knox". Aguardemos pelo restante conjunto de canções para tecermos mais julgamentos.



segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A espada que pende sobre todos. - II

Em vésperas de uma das eleições (midterm elections) mais determinantes da história recente dos EUA, são vários os músicos que expressam o seu desagrado pelo actual estado das coisas. Aqui ficam alguns exemplos:

"(We Don't Need This) Fascist Groove Thang", original dos Heaven 17, aqui pela mão dos LCD Soundsystem.




"Bloodless", de Andrew Bird, que deixa a seguinte mensagem:

We find ourselves in a cold civil war. Everyone is playing their part too well. Certain actors are reaping power and wealth from divisiveness. Echoes of the Spanish civil war when fascists and clergy win because they put up a united front against the individualistic and principled (yet scattered) left. We can turn this ship around but need to step back and be honest with ourselves about what’s happening while it’s still relatively bloodless.

O vídeo é de Matthew Daniel Siskin.




"Edge of America", dos Duran Duran, em colaboração com o artista plástico David Medina:

'The Edge of America' video deals with two main notions: The impossibility of purity and the necessity of movement as important forces in nature and in our human condition. Using flocks of birds and those that have crashed with buildings and aircrafts (more than a billion every year only in the US) among photographs of immigrants in Ellis Island in NYC in the early 20th century, the video tries to convey this encounter between the universal impulse to move and the artificial boundaries that we create to stop it. Different faces, that are recombined in mutating compositions, show our diverse ethnic origins and the impossibility of purity or even a unique racial identity. Two concepts that are critical around immigration policies in the US and all over the world.

For Duran Duran's 'The Edge of America,' the media artist David Medina wrote custom software that creates different and unexpected automatic compositions and collages from an extensive bank of public domain images around immigration and bird collisions in the US. The software edits and processes the images using different parameters, such as the sound of the music, randomness and material from different databases. In the video a set of photographs of dead birds that crashed with buildings in Washington are used to show some of the thousands of strikes between birds and aircrafts in airports all over the US every year. Composite portraits of people of many different backgrounds are used to illustrate some of our multiple ethnic origins. The software creates different compositions that are always unique and diverse and this video shows only one of billions of possible combinations and visual outcomes.




quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A espada que pende sobre todos.

Apesar de andar ocupado com a digressão de celebração do vigésimo aniversário de "Poses", o seu segundo (e magnífico) álbum de originais, Rufus Wainwright não quis deixar de comentar a actual situação política dos EUA e lançar um apelo ao voto nas eleições (midterm elections) de novembro.

E fê-lo como ele melhor sabe: com uma canção nova, de nome "Sword of Damocles".

O vídeo é da responsabilidade de Andrew Ondrejcak e com a participação do actor Darren Criss. O guarda-roupa é de Vivienne Westwood.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Ainda na Coreia, mas mais a norte.

Os eslovenos Laibach (nome alemão para Liubliana, a capital da Eslovénia) sempre foram um ovni na música moderna europeia. O projecto nascido em Trbovlje, no ano de 1980, nunca se pautou pelo convencional nem pelo facilitismo. A atitude provocatória dos Laibach, que basearam a sua imagem nos arquétipos visuais de regimes totalitários nacionalistas, rapidamente chocou com as 'soviéticas' Eslovénia e Jugoslávia da época. Musicalmente, o começo dos Laibach também não foi de fácil digestão: som pesado, altamente influenciado pelo rock industrial e vocalizações guturais, cortesia do cantor Milan Fras. Para uma melhor compreensão da carreira dos Laibach recomendamos a consulta da biografia oficial na página da banda.

Mas como é de novidades que gostamos, vamos ao que interessa: o novo disco que os Laibach vão editar no dia 23 de novembro, "The Sound of Music". O nome não vos é estranho? Pois então lembrem-se de Julie Andrews a rodopiar nos Alpes, criancinhas loiras a cantar na Áustria nazi e a RTP a passar esta porcaria em todas as tardes do dia de Natal. Exactamente, esse "The Sound of Music", ou "Música no Coração", como chamaram por cá...

Para juntar mais confusão a uma posta já bizarra, falta perceber o que é que a Coreia do Norte tem a ver com esta salgalhada europeia. Aqui fica a resposta oficial da banda:

The Sound of Music was conceived when Laibach were infamously invited to perform in North Korea in 2015. The band performed several songs from the 1965 film’s soundtrack at the concert in Pyongyang, chosen by Laibach as it’s a well-known and beloved film in the DPRK and often used by schoolchildren to learn English. Laibach are joined by Boris Benko (Silence) and Marina Mårtensson on vocals and the album gives the Laibach treatment to tracks such as ‘My Favorite Things’, ‘Edelweiss’, ‘Do-Re-Mi’ and ‘Maria’, here reworked as ‘Maria / Korea’ (“How do you solve a problem like Maria / Korea?”).

Os singles conhecidos são estes: "The Sound of Music", realizado por Morten Traavik e Uģis Olte, e "My Favorite Things", de Tomislav Gangl e Luka Karlin.

Perturbador e bonito. São os adjectivos que se impõem.




sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O verdadeiro fenómeno coreano.

Nos tempos que correm, sempre que recebemos novidades da península da Coreia, ou levamos com mais um capítulo do romance entre o ditador do Norte e o aspirante a ditador do Norte das Américas, ou alguém juntou mais uma dúzia de adolescentes do Sul e pariu uma nova banda de K-pop. Nem os gigantes tecnológicos coreanos conseguem ter tanto destaque nas redes sociais como estes dois quistos sebáceos têm tido nos últimos anos...

Felizmente que, no meio de tanta porcaria, há sempre um raio de luz que restaura a nossa fé na capacidade criativa da humanidade. Chamam-se Jambinai, são duas senhoras, Kim Bo-mi e Sim Eun-yon, e um senhor, Lee Il-woo, e são oriundos de Seoul. Praticam uma sonoridade que se pode encaixar no post-rock, com laivos de metal, conseguida através do cruzamento de guitarras e bateria com instrumentos musicais típicos da Coreia como o haegeum, o taepyeongso, o piri e o geomungo. Parece estranho, mas é absolutamente delicioso.

Façam o favor de descobrir estes talentos sul-coreanos nos vídeos de "Time Of Extinction", do álbum de estreia "Différance", ou as actuações ao vivo dos temas "They Keep Silence" e "For Everything That You Lost".

Curiosidade: os Jambinai foram um dos momentos altos da cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, de 2018, em Pyeongchang. Espreitem aqui.






quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Showtime!

Mais uma para os Justice: "Love S.O.S. (WWW)" é o mais recente single de "Woman Worldwide", a versão musculada e aumentada em jeito de best of do álbum "Woman", de 2016, que já abordámos aqui.

O vídeo é de Edouard Salier.



Vale a pena procurar os vídeos das actuações mais recentes de Gaspard Augé e Xavier de Rosnay. O espectáculo de luz e som que os franceses têm na estrada, e que passou pelo Altice Arena, no SBSR 2018, é uma bela festa! Mas imprópria para epilépticos...

terça-feira, 16 de outubro de 2018

O "Sledgehammer" do século XXI.

Lembram-se do famoso vídeo de "Sledgehammer", de Peter Gabriel, em 1986?

Aqui fica um derivativo mais alucinado, qual homenagem carregada de psicotrópicos: "He’s Got His Mother’s Hips", realizado por Casey & Ewan. O vídeo promove o segundo single de "Love Is Magic", o mais recente trabalho de John Grant.

A propósito do vídeo, aqui fica o testemunho de um dos realizadores, Ewan:

I just thought it was about time for another Peter Gabriel 'Sledgehammer' video and John was up for it. 13 animators in total, including us - unlucky for some… The highlight for me was 24 hours in the cool drizzle of Iceland to meet up with John, at the height of the British heat wave.

Manias de grandeza.

Em 1992, os Primal Scream tinham o rei na barriga: "Screamdelica" era um fenómeno global, quer de vendas, quer de crítica, valendo-lhes um Mercury Music Prize, eram citados e referenciados por todas as publicações da especialidade e esgotavam os recintos onde actuavam. Eram uns senhores.

Entre esse ano e 94, a trupe de Bobby Gillespie, Andrew Innes e Martin Duffy gravou e editou "Give Out But Don't Give Up". Entre Londres e Memphis, os Primal Scream acharam que podiam ser os novos The Rolling Stones e enveredaram por uma sonoridade cheia de referências R&B, Delta Blues e Rock N'Roll. A rádio adorava canções como "Rocks" e "Jailbird", mas os fãs que tinham descoberto os Primal Scream, via a onda acid-house de "Screamdelica", estavam lixados da vida. Felizmente, em 1997, a banda sossegou os seguidores mais hardcore com o magnífico "Vanishing Point".

24 anos depois, aproveitando a onda de nostalgia que se abate sobre as bandas com carreiras longas, os Primal Scream decidiram recuperar as gravações originais de "Give Out But Don't Give Up" feitas em Memphis, editando-as com o título "Give Out But Don’t Give Up - The Original Memphis Recordings". Estas novas (velhas) versões soam mais soul, com mais ênfase nos metais que adornavam as músicas. Não são melhores nem piores do que aquilo que conhecemos da década de 1990. Uns fãs ficarão contentes, outros completamente desinteressados por este achado arqueológico.

Façam o vosso juízo dos 'novos' "Jailbird", "Rocks" e "Big Jet Plane", que teve direito a vídeo, ao melhor estilo fomos-uns-gandas-malucos...





segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Vai haver barulho. - II

É para dia 27 de novembro, no Lisboa ao Vivo, mas já andamos a salivar por ver estes tipos ao vivo. Os IDLES são a nossa coqueluche raivosa mais recente e é sempre um prazer desconcertante ver os ingleses ao vivo. Nem que seja pela diversão caótica que provocam, como se pode atestar pela performance da banda no nosso mui estimado Later… with Jools Holland.

A canção é "Danny Nedelko".

Emissão retomada.

A ausência foi longa, mas estamos de volta para meter as novidades em dia.

Aqui vão elas, todas no feminino:

"I Shall Love 2" é o primeiro single de "Aviary", o novo trabalho de Julia Holter, que será editado dia 26 deste mês. O vídeo é de Dicky Bahto.




"Hunter", a canção que dá o título ao último álbum de Anna Calvi, é o mais recente single da inglesa. O vídeo é de Matt Lambert.




As The Breeders, das manas Kim e Kelley Deal, voltaram com um belo disco, "All Nerve". "Spacewoman" é a mais recente amostra. O vídeo é de Richard Ayoade.




Princess Chelsea tem um novo disco, "The Loneliest Girl". Não sendo um grande disco, tem os seus momentos, como este "Growing Older", o mais recente single. O vídeo foi realizado pela própria artista, que recorreu a filmagens caseiras da sua família, gravadas entre 1990 e 2002.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Símios em transe.

Dos Gorillaz de Damon Albarn e Jamie Hewlett já temos expectativas baixas. Tiveram dois grandes álbuns, o homónimo de estreia, de 2001, e o seu sucessor, "Demon Days", de 2005. Depois foi muita farra, demasiado hip-hop e a coisa azedou.

Em junho deste ano a banda lançou um novo trabalho, "The Now Now". Os primeiros singles continuaram a passar-nos ao lado. Teve de ser este "Tranz" e as suas electrónicas retro que nos fizeram olhar duas vezes para os desenhos animados.

O vídeo é de Jamie Hewlett.

Versões - LXXI

"Make Me Smile (Come Up and See Me)", original de 1975, composto e tocado por Steve Harley & Cockney Rebel, já foi alvo de versões de vários artistas (Erasure e Suzy Quatro, por exemplo), mas esta versão dos Duran Duran, de 1982, tocada ao vivo em Londres, é um bom exemplo de uma bela apropriação de obra alheia.

O original segue abaixo.



quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Apelo às armas.

O álbum chama-se "Songs Of Resistance 1942 - 2018" e tem edição marcada para esta sexta-feira, dia 14 de setembro. A guitarra de Marc Ribot está de volta e trouxe um convidado especialíssimo, o sr. Tom Waits, que dá voz a “Bella Ciao”, um clássico da luta antifascista italiana.

A propósito da escolha deste tema, Ribot declarou o seguinte:

I played Tom a bunch of the tunes and he immediately bonded with that one (...). “Of course, he brings a certain gravitas to everything he does — my Italian friends say he sounds exactly like an old ‘partigiano’ (resistance fighter)!


O vídeo é de Jem Cohen.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Modernismo.

Se isto não é belo então confesso a minha incapacidade para avaliar a beleza.

Da série Gymnopédies, composições escritas a partir de 1888, fiquem com Erik Satie, num vídeo abrilhantado pelos quadros do pós-impressionista Édouard Cortès.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Pelas ondas da rádio - XVIII

"Bring it On", álbum de estreia dos ingleses Gomez (o acutilante Dj Bruto já falou deles aqui), foi um dos melhores discos de 1998. 20 anos depois a banda oferece aos fãs uma edição comemorativa do álbum com quatro discos: álbum original, lados B e 35 faixas nunca editadas, gravadas entre 1997 e 1998!

Fiquem com uma das bandas rock mais fascinantes do final do século XX, ao vivo na nossa KEXP, com quatro clássicos de ""Bring it On": "Whippin' Piccadilly", "Free To Run", "78 Stone Wobble" e a lindíssima "Tijuana Lady". Não percam a conversa pelo meio que vale a pena.

Nós bem gostávamos, mas com a idade...

"Fuck Forever" foi single do álbum de estreia dos Babyshambles - "Down in Albion" - projecto em que Pete Doherty se decidiu aborrecer após ser suspenso dos The Libertines por consumo descontrolado de substâncias psicotrópicas. O que seja que o gajo tomava era certamente de qualidade, pois a parceria que fez com Patrick Walden resultou em óptimos momentos de rock britânico.

Desde 2013 que poucas novidades temos dos Babyshambles, talvez por causa da segunda vida dos The Libertines. Mas com esta rapaziada pouca coisa é certa, pelo que talvez ainda não tenhamos ouvido os últimos acordes destes senhores.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Vai haver barulho.

Hoje baixámos o volume dos sintetizadores e subimos o das guitarras.

Chamam-se Idles, são ingleses e vêm de Bristol. Apontados como uma das grandes esperanças do punk rock inglês, a trupe liderada por Joe Talbot lançou em 2017 "Brutalism", o seu álbum de estreia, que teve uma bela recepção por parte da crítica e fãs. No dia 31 de agosto espetaram com o seu segundo álbum, "Joy as an Act of Resistance", nas trombas do mundo.

E o mundo já andava a pedi-las!

O disco apresenta-nos um retrato da sociedade inglesa como há muito não ouvíamos: voraz, acutilante e desinibido, alimentado a raiva, baixo, bateria e guitarras. E como gostamos de agitar as águas, chafurdem nos singles já editados: "GREAT" (vídeo de Theo Watkins), "Danny Nedelko", "Samaritans" (Theo Watkins) e "Colossus" (Will Hooper).

Hoje voltámos a ter esperança nos ingleses!



Blighty wants his country back
Fifty-inch screen in his cul-de-sac
Wombic charm of the Union Jack
As he cries at the price of a bacon bap

Islam didn’t eat your hamster
Change isn’t a crime
So won't you take my hand sir
And sing with me in time

G R E A T

Blighty wants her blue passport
Not quite sure what the union’s for
Burning bridges and closing doors
Not sure what she sees on the seashore
(...)





My blood brother is an Immigrant
A beautiful immigrant

My blood brother’s Freddie Mercury
A Nigerian mother of three

He’s made of bone
He’s made of blood
He’s made of flesh
He’s made of love
He’s made of you
He’s made of me
Unity

Fear leads to panic
Panic leads to pain
Pain leads to anger
Anger leads to hate
(...)




(...)
Man up
Sit down
Chin up
Pipe down
Socks up
Don't cry
Drink up
Don't whine

Grow some balls he said
Grow some balls

The mask of masculinity
is a mask a mask that's wearing me

Grow some balls he said
Grow some balls

I'm a real boy
Boy and I cry
I love myself
And I want to try

This is why you never see your father cry
I kissed a boy and I liked it


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Sangue magenta.

A moda dos remakes de clássicos cinematográficos veio para ficar e, infelizmente, não dá sinais de abrandar.

"Suspiria", uma das obras maiores do cinema de terror que veio a ficar conhecido como giallo, cortesia do realizador do filme, Dario Argento, é a mais recente película a ser revista e atualizada.

Lançado em 1977, "Suspiria" rapidamente ganhou o estatuto de filme de culto graças ao pesadelo multicolor que Argento e o seu director de fotografia, Luciano Tovoli, injectaram no filme. Todo o jogo de cores, luzes, padrões e elementos arquitectónicos, tratados via Technicolor, levavam os espectadores a serem imersos num mundo surreal e de constante desconforto. Outro elemento que muito contribuiu para o sucesso do filme foi a sua banda-sonora, a cargo da banda italiana de rock progressivo Goblin. A título pessoal declaramos que não somos fãs desta banda-sonora. Percebemos o seu valor à época, mas a música incomoda mais pela repetição excessiva do que pelo susto que ajuda a formar no ecrã.

Então e o que podemos esperar de "Suspiria" versão 2018, realizado pelo também italiano Luca Guadagnino? Bem, com o elenco que já conhecemos, esperamos melhores actuações e uma melhor direcção de actores, já que Argento estava mais preocupado com as saturações de vermelho e verde na película do que a qualidade das falas. Um dos grandes defeitos que se pode apontar ao original é a miserável direcção de actores. Depois havia o problema das dobragens das falas e uma narrativa fraquinha, para sermos simpáticos. Perdoamos os efeitos especiais, pois estamos a falar de uma produção europeia da década de 1970, fora dos grandes orçamentos dos E.U.A..

Para já o "Suspiria" 2.0 tem um nome a jogar a seu favor: o inglês Thom Yorke, dos Radiohead, foi o músico escolhido para criar os ambientes sonoros do filme.

Seguem os trailers do remake e do original e excertos das suas respectivas bandas sonoras.







quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Títulos xaroposos. III

Mais duas músicas de "Love Is Magic", o novo álbum de John Grant. "He's Got His Mother's Hips" e "Touch & Go" são as novidades que foram apresentadas hoje e que fazem subir as expectativas em redor do novo trabalho de Grant.



terça-feira, 28 de agosto de 2018

Não escapem a isto.

O norte-americano Ian Svenonius é uma alma antiga. Daquelas bem conservadas em formol de rock, garage rock, punk, soul, religião e teoria política. Sim, é uma mistura estranha, mas estamos a falar do mentor de bandas com nomes tão fascinantes como Nation of Ulysses, The Make-Up (que, segundo Svenonius, 'inventaram' o som Gospel Yeh-Yeh), Weird War, XYZ, Chain and The Gang e, mais recentemente, os Escape-ism.

Nesta última encarnação, Ian Svenonius convocou o espírito dos Suicide e enfiou-o no cadáver dos The Cramps, baptizando-o de Escape-ism. Com já três álbuns lançados no ano passado, o incansável Svenonius chega a 2018 com 50 anos feitos e sem perceber o significado do verbo abrandar, pois já tem marcado para dia 7 de setembro o lançamento de "The Lost Record", o quarto disco dos Escape-ism.

Familiarizem-se com a doutrina Svenonius através dos singles "Bodysnatcher" e "Nothing Personal".

Os vídeos são da fotógrafa Alexandra Cabral.



segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Feios, maus e deliciosamente inseguros. - II

"Insecure Men", o álbum homónimo de estreia da banda de Saul Adamczewski e Ben Romans-Hopcraft continua a ser a referência discográfica mais inconveniente de 2018. Para não haver dúvidas do que afirmamos, fiquem com o mais recente single "Cliff Has Left the Building", dedicado a Sir Cliff Richard. O vídeo é de Niall Trask.



Para quem quiser descobrir um pouco mais de que massa são feitos estes homens inseguros, fiquem com a atuação da banda na sexta-feira passada, no Rock en Seine, em Paris.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Coisas que nos fazem felizes.

Islândia.
Reiquiavique.
Ólafur Arnalds a falar sobre o seu novo álbum, "Re:member".
E também metem Londres no pacote!
Happy days!

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Shimmering neon lights (...)

Os Soft Cell de Marc Almond e de David Ball acordaram de uma longa hibernação de 15 anos e presentearam os fãs com duas músicas novas. Chamam-se "Northern Lights" e "Guilty (‘Cos I Say You Are’)” e podem ser encontradas na nova compilação da banda "The Singles - Keychains & Snowstorms", que será lançada no dia 28 de setembro.

Para já, fiquem com "Northern Lights". Não é genial, mas comparada com o lixo musical que diariamente dá à costa, a nova música dos Soft Cell é uma sereia bem apetitosa.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Robôs dóceis.

Há projectos musicais difíceis de definir, seja pela falta de congruência entre álbuns, por serem algo tão diferente que é impossível catalogá-los ou simplesmente porque estão, de facto, a criar algo de novo, que só posteriormente será definido pelos experts na matéria - isto é, pessoas como o DJ Ruto e o DJ Bruto!

Esta banda é um caso em que, apesar do eclestismo musical, a diferenciação é conquistada através das roupas, vídeos e conceito cénico. Os Steam Powered Giraffe inserem-se numa subsubsubcorrente denominada steampunk, combinando música, robôs, ballet, pantomina, comédia e tudo o mais que possa entreter o menino e a menina.

É preciso ver e ouvir uns vídeos desta rapaziada para perceber o que eles pretendem transmitir. Não é fácil...

Do álbum "The 2¢ Show", fiquem com "Honeybee", com destaque para a fantástica voz de suporte de The Spine (David Michael Bennett), um dos mentores do projecto e o melhor robô de todos.

Sem turistas e sem coca.

Será só em Novembro que "No Tourists" verá a luz do dia, o sétimo álbum de estúdio dos britânicos The Prodigy. Longe vão os tempos em que os álbuns destes tecno-terroristas geravam enorme expectativa, mas isso tem a ver com modas e o excesso de novas bandas e músicas com que diariamente passámos a ser bombardeados. Na verdade, um álbum dos U2 ou dos Metallica também já não cria o mesmo nível de ruído do que o faria na década de 80 ou 90.

"No Tourists" já tem um single de avanço, este "Need Some1", filmado em Manila por Paco Raterta. Segue um guião similar a "Smack My Bitch Up" e em termos musicais é uma continuação do que a banda nos vem oferecendo. Não entusiasma, mas pelo menos mantém a máquina a rolar.

Como "remixer" o Liam é, sem dúvidas, fantástico. mas é melhor deixar a coca e regressar aos tempos dos sintetizadores analógicos que contribuíram para o som único dos The Prodigy na década de 90.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Uma década revista e amplificada.

Os franceses Justice preparam-se para celebrar 10 anos de carreira com "Woman Worldwide", um álbum de revisão da matéria dada pelo duo, mas com novo tratamento de estúdio. Fica o teaser da coisa e a versão musculada de "Chorus", do último álbum de originais "Woman".

O álbum sai na próxima sexta-feira, dia 24.



sexta-feira, 10 de agosto de 2018

It's alive!

Sim, drum and bass não é os estilo mais na moda neste momento. O pessoal quer é funk carioca e reggaeton. Mas há um cantinho em mim que não se consegue desligar desta batida veloz e de loops infindáveis.

"Though Guys Don't Dance" é o terceiro álbum de originais do músico e produtor galês Lincoln Barrett, aqui no seu projecto High Contrast. Fiquem com "If I Ever", segundo single para este álbum de 2007.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Títulos xaroposos. II (edição canina)

Já tínhamos dado a notícia aqui. Hoje apresentamos o vídeo oficial para "Love Is Magic".

Duotron memória.

"Marilú", dos Ena Pá 2000, no álbum "Enapália 2000", lançado em 1991.

Porquê?

Porque é preciso.



(O vídeo de "Marilú" foi exibido pela primeira vez no saudoso "Popoff", da RTP 2. Emitido entre setembro de 1990 e agosto de 1993, este programa foi responsável pela educação musical de muitos portugueses, com apresentação de Sofia Morais. Tempos mais saudáveis...)

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Partículas de prazer.

Continuamos pela Islândia, que deve estar com uma temperatura bem mais simpática que por aqui.
E continuamos com o Ólafur Arnalds e o seu belíssimo "Particles", que conta com a presença da sua conterrânea Nanna Bryndís Hilmarsdóttir (Of Monsters and Men). A música pertence ao álbum "Island Songs", de 2016.

O vídeo é de Baldvin Z.

Serviço público - IX

Não nos cansamos de querer mostrar ao mundo como um islandês de 32 anos de idade pode ser um dos mais talentosos músicos do século XXI. Ólafur Arnalds visitou os estúdios da NPR e nós ficámos a salivar pelo concerto de 13 de março do próximo ano.

Deixamos aqui um excerto das palavras do músico e apresentador da NPR, Bob Boilen, quando explica aquilo que presenciou nos estúdios da sua rádio:

About ten minutes into the performance Ólafur looked behind him at the two pianos, looked to the NPR crowd and said, "well I guess you're all wondering 'what and why,' to which there's no easy answer." He hit the keys on his electronic keyboard and the two pianos behind responded with cascading, raindrop-like notes. "What I can say," he continued, "is that I've spent two years and all of my money on this — to make my pianos go bleep-bloop." What Ólafur was referring to is software that he and his coder friend, Halldór Eldjárn developed. A computer, loaded with this musical software (which Ólafur calls the Stratus system), "listens" to Ólafur's keyboard performance and responds by creating patterns that are musically in tune with the chord or notes Ólafur performed.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Aparelhos dentários.

Como sabem, aqui no Duotron não aceitamos pedidos, mas concedemos em algumas questões desde que partilhemos do mesmo gosto. Fale-se, por isso, do Sr. Damon Gough, mais conhecido como Badly Drawn Boy, rapaz que anda desaparecido das lides musicais mais que teve uma entrada fulgurante no novo milénio, com 4 álbuns de grande sucesso, editados através da XL.

"Once Around the Block", de "The Hour of Bewilderbeast" (2000), num dos momentos altos da carreira do autor.

O negro nele.

A compilação chama-se "Memento Mori (Anthology 1978-2018)" e reúne alguns dos melhores momentos da carreira de Barry Adamson. Nascido em 1958, o inglês é músico, produtor, fotógrafo, cineasta e escritor. Possui um currículo de fazer inveja a qualquer um: foi baixista nos Magazine, nos Buzzcocks, nos famigerados The Birthday Party de Nick Cave e Mick Harvey passando depois a ser parte integrante dos The Bad Seeds, colaborou com os Visage e Pan Sonic, remisturou gente tão ilustre como os Depeche Mode, The Jon Spencer Blues Explosion e os Grinderman. David Lynch e Danny Boyle convidaram-no a colaborar nas bandas sonoras de "Lost Highway" e "The Beach", respectivamente.

A solo editou "apenas" nove álbuns de originais e oito EP. "Oedipus Schmoedipus", de 1996, é considerado um dos melhores álbuns da década de 1990.

Recordamos aqui dois momentos chave da carreira a solo de Adamson: a estreia em 1989, com o álbum conceptual "Moss Side Story", espécie de banda sonora para um filme noir inexistente, que tinha esta versão deliciosa do tema de abertura do filme "The Man With The Golden Arm", de 1955, composto por Elmer Bernstein. Depois ponham o volume no máximo para acolher a faixa de abertura de "Oedipus Schmoedipus", o contagiante "Set The Controls For The Heart Of The Pelvis", que conta com a voz de Jarvis Cocker.

Façam o favor de descobrir Barry Adamson.



segunda-feira, 30 de julho de 2018

Super Super!

Esta coisa dos super-grupos ou super-bandas é por ondas: num ano podem aparecer 4 ou 5 projectos, noutros 1 ou mesmo nenhum. Na realidade, na maioria dos casos de super não há nada. Veja-se, a título de exemplo, o super-grupo elencado na lista que existe sobre esta temática na Wikipedia, para o ano de 2018: LSD, composto por Diplo, Sia e Labrinth. Quem? O que é que estas pobres almas fizeram pelo progresso da música? Labrinth? Uma coisa que tem um álbum de estúdio editado?

Tempos houve em que super-grupo designava isso mesmo: um conjunto de artistas, reconhecidos pelo seu trabalho a solo ou em outras bandas, que se juntavam para criar um novo projecto.

Compare-se os fantásticos LSD com os Traveling Wilburys, super-grupo criado no final dos anos 80 e que incluía: George Harrison (The Beatles), Roy Orbison, Tom Petty (com os seus saudosos Heartbreakers), Bob Dylan e Jeff Lynne (Electric Light Orchestra). Os pobres LSD certamente que não pediram para serem rotulados de super-grupo, mas com a lista de membros dos Wilburys é muito complicado alguém poder vir a calhar nessa categoria.

O percurso dos Wilburys foi curto, em função da morte de Roy Orbison. Entretanto, também George Harrison e Tom Petty faleceram, o que limita o contributo da banda a dois álbuns de estúdio. Ainda assim, os suficientes para deixar uma marca na história da música.

"Last Night", do álbum de 1988 "Traveling Wilburys Vol. 1".

A resistência ainda anda por aí. - II

"People Give In" é o mais recente single dos Manic Street Preachers. A faixa que abre o álbum "Resistance Is Futile" é um daqueles hinos de intervenção rock a que os galeses nos habituaram, aqui exibido com toda a energia que os Manic colocam nos seus concertos.

Inspirador!

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Heroes to Zeros.

Foram das bandas mais inovadoras e divertidas de finais do século XX, princípios do século XXI. De 1996 a 2004, os escoceses The Beta Band deram-nos música que combinava rock, pop, folk, trip-hop, electrónica e muito humor. "The Three E.P.'s", "The Beta Band", "Hot Shots II" e "Heroes to Zeros" são discos essenciais para se saborear o que eram os cozinhados sonoros da banda e que merecem ser escutados outra vez e outra vez e outra vez.

Também era gente que confeccionava bons vídeos. Desconcertantes e divertidos, são um retrato fiel do que é o som The Beta Band aplicado ao visual. Mesmo quando fazem um vídeo de dez minutos só a gozar com o seu local de origem.





quinta-feira, 19 de julho de 2018

Olhem quem está de volta!

Ainda há uns tempos questionávamo-nos sobre o que era feito de Chan Marschall, mais conhecida pelo seu nome de guerra: Cat Power.

A resposta chegou hoje, com a notícia do regresso da artista norte-americana aos discos. Chama-se "Wanderer", é editado a 5 de outubro e sucede a "Sun", que datava de 2012. Para já, temos como aperitivo este "Wanderer (Intro)" e ficámos com muita curiosidade para ouvir mais!

O vídeo é de Greg Hunt.


Fantasma que estás aí, fala comigo.

Richard Reed Parry (Arcade Fire) prepara-se para lançar dois álbuns a solo. O primeiro disco, "Quiet River of Dust Vol. 1", sairá a 21 de setembro. O segundo disco, "Quiet River of Dust Vol. 2", será lançado no equinócio da primavera de 2019. Os fãs de Arcade Fire podem ir pregar para outra freguesia, pois as composições que o músico canadiano se prepara para lançar pouco têm a ver com o trabalho desenvolvido na banda.

Segundo Parry, estes discos são colecções de gravações que o músico fez inspirado por uma viagem ao Japão, mitos budistas, canções de folk britânica e outros misticismos.

Para já, temos direito a duas canções do primeiro álbum, "Sai No Kawara (River of Death) / On the Ground”, reunidas num só vídeo, realizado por Parry em colaboração com Caleb Wood. A propósito do vídeo e da canção "On the Ground", fiquem com a explicação do músico:

I told director Caleb Wood the story—of being alone in this magical environment of giant cedar trees and hearing a loud chorus of powerful harmony singing that sounded inexplicably identical to my late father’s folk band the Friends of Fiddler’s Green, who were the soundtrack to my entire childhood and upbringing.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Títulos xaroposos.

O mais recente disco de John Grant foi baptizado de "Love Is Magic" e será editado dia 12 de outubro. O primeiro single é a música que dá o título ao álbum. Esperávamos mais do norte-americano. Aguardemos por mais músicas.

O vídeo-karaoke é de Kieran Evans.


O cliente com mais pontos acumulados. - IV

Na longínqua década de 1980, tivemos o saudoso Vasco Granja a trazer-nos pérolas alucinadas do cinema de animação de países do bloco Soviético, EUA e do Canadá, cortesia da National Film Board of Canada. Muitos dos fãs dos programas televisivos do Sr. Granja eram putos – como os proprietários deste estaminé – que só queriam os Looney Tunes e se estavam a borrifar para obras avant-garde da ex-Checoslóvaquia ou para a mais recente animação do Norman McLaren.

Hoje, a ultrapassar a crise dos quarenta e a aceitar que a conta da farmácia tem de ser grande e regular, já pouco ligamos ao Bugs Bunny e ao Wile E. Coyote. Ganhámos um apurado sentido estético e uma arrogância de fazer inveja a muitos adolescentes. No entanto, ainda sabemos reconhecer um filme de animação digno de ser escolhido pelo Vasco Granja para um dos seus programas.

Assim, meus amiguinhos, fiquem com o vídeo de "Date Night", realizado pelo canadiano Chad VanGaalen para o último single de Father John Misty e do seu "God's Favorite Customer".

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Máquina do tempo. - II

Estávamos em 1978 e o álbum chamava-se "Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!". "Uncontrollable Urge" era a faixa que abria o álbum e que nos acolhia no tresloucado mundo dos norte-americanos Devo.

40 anos depois trazemos os Devo, essa música e a saudável loucura da banda ao vivo em Oakland, California, no Burger Boogaloo 2018.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Sabor tropical.

Para aqueles sortudos que nos tempos mais próximos vão viajar para uma ilha qualquer (olá, sócio), aqui fica "Canopée", o mais recente single da dupla francesa Polo & Pan, ainda a promoverem o seu último álbum de originais, "Caravelle".

O vídeo foi realizado por Bleu Garou.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Italo Disco - XII.

Quem se lembra do Festival de Música de Sanremo? O avô do abominável Festival da Eurovisão tem já uma idade provecta, sendo que a primeira edição data de 1951. Transmitido em Portugal pela RTP, o certame chegou a ter concorrentes de peso, como o brasileiro Roberto Carlos, que ganhou em 1968, ou os italianos Toto Cutugno e Eros Ramazzotti, vencedores em 1980 e 1986, respectivamente.

O original deste versão em inglês concorreu à edição de 1984, na voz de Fábio Vanni e sob o título "Lei Balla Sola". Mas acabou por ser "Letter From My Heart" a ter sucesso a nível europeu, cantada por Steve Allen.

Onde é que vai o Festival de Sanremo... quase extinto da memória dos portugueses. Ficaríamos tão felizes se o mesmo acontecesse com o Festival da Eurovisão e os Xutos & Pontapés...

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Lugar garantido.

O bilhete para ver o islandês Ólafur Arnalds no Coliseu dos Recreios, dia 13 de março de 2019, já está religiosamente guardado lá em casa. Não é caso para menos, pois não é todos os dias que temos oportunidade de ver e ouvir um dos compositores europeus mais interessantes, numa sala com boas condições sonoras, como oferece o número 96 da Rua das Portas de Santo Antão.

O novo álbum chama-se “re:member" e é editado no dia 24 de agosto. O terceiro single é este "saman". O vídeo é de Matthias Maercks.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Para sonhar.

Os Wild Nothing, de Jack Tatum, têm novo álbum (ou melhor, vão ter, pois "Indigo" só sai a 31 de Agosto), através da editora de sempre da banda, a Captured Tracks.

Ainda é cedo para perceber ao que eles vêm, mas o single de avanço, "Letting Go", demonstra que a banda continua a trilhar os mesmos caminhos do Dream Pop, ainda que pareça um regresso a uma sonoridade mais próxima de "Gemini", o primeiro LP dos Wild Thing, já de 2010.



Por falar em "Gemini", recorde-se este óptimo "Chinatown", um dos momentos áureos da banda:

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Sombrio.

Banda sonora para um dia como este.

É tipo: "não me incomodem".

"Dark Side of My Room", para a dupla alemã Extrawelt, do álbum "Schöne Neue Extrawelt".

R.I.P. - XVII

Dois RIPs num dia é sobejamente penoso, tanto para mais que um deles é de um membro de uma óptima banda portuguesa, os Sétima Legião.

Teclista da banda, Ricardo Camacho foi também produtor de muitas álbuns de conhecidos artistas da música portuguesa dos anos 80, casos de António Variações, GNR, UHF, Diva ou os próprios Sétima Legião.

Do álbum "De um tempo ausente" (1989), deixo-vos este excelente "Por Quem Não Esqueci".

R.I.P. - XVI

Faleceu ontem o músico e produtor norte-americano Richard Swift, com 41 anos de idade. Sabia-se que o artista estava muito doente e que até estava a decorrer uma recolha de fundos online para suportar os custos dos tratamentos médicos.

Swift fez parte dos Shins e dos Black Keys, tendo produzido faixas para Kevin Morby, Sharon Van Etten, Laetitia Sadier (Stereolab), Damien Jurado e Foxygen, para citar os mais conhecidos.

Descobrimo-lo a solo em 2005, com a reedição dos seus dois primeiros álbuns ("The Novelist", de 2003, e "Walking Without Effort", de 2005) em "The Richard Swift Collection Volume One", de onde retirámos "Beautifulheart". Destacamos também "Kisses For The Misses", do álbum "Dressed Up For The Letdown", de 2007, e encerramos com "The Atlantic Ocean", do álbum homónimo de 2009.

Os vídeos são da autoria de ulysses///onasis.







segunda-feira, 2 de julho de 2018

Nuvens fofinhas.

Os The Orb têm novo álbum, o décimo quinto da carreira do duo Alex Paterson e Thomas Fehlmann. Depois dos dois grandes momentos de inspiração que foram Moonbuilding 2703 AD (2015) e COW / Chill Out, World! (2016), o single de apresentação para "No Sounds Are Out of Bounds" é esta xaropada "Rush Hill Road", música vocalizada, a fazer lembrar as canções de encantamento da serpente das Sugababes.

Não faz jus ao historial da banda e a músicas icónicas como "Little Fluffy Clouds". E é um single que não reflecte algumas virtudes deste novo álbum.



Temos portanto momentos péssimos, como neste "Wolfbane":



E momentos conseguidos, como em "Doughnuts Forever":



E como recordação, o tal "Little Fluffy Clouds", do álbum de 1991 "The Orb's Adventures Beyond the Ultraworld".

Alegremos o dia!

Se chove, é porque chove, se faz calor... é porque faz calor. E são as barragens, os incêndios, a seca severa ou extrema. O português nunca está satisfeito com a meteorologia. É bom que nos preocupemos com isso em vez de pensar que o nosso ordenado mínimo está abaixo dos 600,00€ ou que Francisco Louçã tem um momento de comentário numa televisão generalista, sinal claro que qualquer radical fanático pode ter o seu espaço de vómito semanal.

Deixemos, pois, as tristezas para trás, com uma das bandas mais animadas de todos os tempos: os B-52s, de Kate Pierson, Fred Schneider, Keith Strickland e Cindy Wilson.

Formados em Athens, Georgia, em 1976, a banda editou 7 álbuns de estúdio, o último dos quais já de 2008. A ausência promove a saudade, pelo que proponho uma visita a um single de cada um dos LPs originais destes malucos saudáveis. Por certo que a manhã terminará mais animada.

De "The B52s" (1979), "Rock Lobster".



De "Wild Planet" (1980), "Private Idaho"



De "Whammy!" (1982), "Song For A Future Generation"



Saltemos "Bouncing Off the Satellites" (1986), pois foi um tiro completamente ao lado, e retornemos com "Cosmic Thing" (1989) e o hino "Love Shack".



De "Good Stuff" (1992), "Tell It Like It T-I-Is".



Terminemos com "Funplex" (2008) e o single homónimo.


sexta-feira, 29 de junho de 2018

Para espantar a chuva.

Tomem lá uma de house para dançarem dentro de portas, já que este verão está bipolar: "Plaything", de Róisín Murphy.

O vídeo também é da autoria da Sra. Murphy.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

O que é nacional é massa. - IX

Chama-se "Cherry Domino" e é o novo álbum dos portuenses Best Youth. Superada a barreira psicológica do (sempre) difícil segundo disco, o projecto de Ed Rocha Gonçalves e Catarina Salinas continua apostado em dar-nos boas canções pop, bem escritas, bem produzidas e cheias de boas referências dos saudosos 80s. Até na estética da capa do disco e dos letterings usados nos vídeos, os Best Youth estiveram bem.

Para aqueles que virão logo com duas pedras na mão e as comparações com os norte-americanos Chromatics, de Johnny Jewel, só dizemos o seguinte: pelo que já ouvimos do último trabalho da banda de Jewel, Portugal 1 - EUA 0.

Atestem a qualidade do disco com os dois primeiros singles, "Midnight Rain" e "Nightfalls". Ambos os vídeos são de Ed Rocha Gonçalves.



Clássico vs. Launchpad.

Quando navego pelo Youtube à procura desta ou daquela música, fico por vezes surpreendido com o número de visualizações que determinados vídeos têm. É possível encontrar uma música como "Open Up", dos Leftfield, abaixo de 1 milhão de visualizações, e depois coisas execráveis de seres do submundo como Jason Derulo, Nicki Minaj ou Justin Timberlake com mais de um bilião de visualizações. Nada de anormal, na verdade, se considerarmos que gente como Donald Trump, José Sócrates ou Bruno de Carvalho venceram eleições democráticas.

Felizmente que existe uma franja populacional que não foi lobotomizada pela comunicação social e pelas redes sociais e que se esforça por pensar por ela própria e definir o seu gosto pessoal, venha ele do heavy metal, punk ou ska. Uma tribo também bem definida é aquela que aprecia o conceito de neo-clássico, ainda que possa, por sua vez, não gostar daquilo que chamamos erroneamente de "música clássica" (ou então de música erudita, essa coisa intelectualóide bafienta).

Não se estranha, portanto, que um vídeo ao vivo de "Divenire", de Ludovico Einaudi, consiga ultrapassar as 16 milhões de visualizações. É música sonoramente apelativa e que nos transporta para ambientes cinematográficos. De facto, Einaudi tem inúmeras composições para TV e bandas sonoras de filmes, casos de "This Is England", "The Intouchables" e "I'm Still Here".



Por curiosidade, deixo também uma versão em Launchpad, que demonstra bem o quão geniais as pessoas podem ser quando se dedicam a algo. Acreditem, isto não é fácil:

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Lidar com a dor.

2015 foi um ano lixado para os Camera Obscura. A banda de Tracyanne Campbell perdeu Carey Lander, a teclista e melhor amiga de Tracyanne, que lutava contra um cancro desde 2013.

Tracyanne precisou de tempo e de conhecer o músico Danny Coughlan, para se voltar a aventurar no mundo da música. Com os Camera Obscura arrumados num canto, Tracyanne enveredou por um álbum de duetos com Danny, em que pegou na pop dos Camera Obscura e lhe juntou uns pós de country e americana, num belo disco a que chamaram "Tracyanne & Danny". E como a voz da escocesa é uma das pérolas maiores da música alternativa anglo-saxónica, permitam-nos estes exageros estilísticos e juntem-se a nós a trautear o single "Alabama" (vídeo de Blair Young) e depois avancem sem medos para "It Can't Be Love Unless It Hurts" (vídeo de Ed Dougherty).

Alguém que os traga a Portugal, por favor!



terça-feira, 19 de junho de 2018

Tinta de choco para todos.

Ao sétimo disco os norte-americanos Beach House decidiram dar uma de originais e chamaram-no de "7". Brincadeiras à parte, o novo trabalho de Victoria Legrand e Alex Scally é um bicho bem sério, que não defrauda os fãs, mas também não vai conquistar novos ouvidos. A fórmula sonora está um pouco mais musculada, cortesia do músico e produtor Peter Kember (Sonic Boom para os amigos), mas, no essencial, continuam a ser os Beach House do costume. O que é bom, para quem gosta. Quem não gosta, azareco...

Esteticamente, o novo álbum é servido por um belo preto e branco, como podem ver nos vídeos dos singles "Dark Spring", realizado por Zia Anger, e "Black Car", de Alistair Legrand, o irmão de Victoria. Para quem leu "Crash", de J. G. Ballard, ou viu a adaptação cinematográfica de David Cronenberg, vai achar curioso este último vídeo. Mas é só pelas referências automobilísticas e pelas paisagens urbanas, seus badalhocos!





Quem quiser ouvir o álbum todo e apanhar um grande 'moca', sem recorrer a alucinogénios, pode sempre espreitar o vídeo de "7", feito por San Charoenchai.

O cliente com mais pontos acumulados. - III

E agora o single que dá o título ao novo trabalho de Father John Misty, "God's Favorite Customer". Nos coros está Natalie Mering, mais conhecida como Weyes Blood. Bem bonito!

O vídeo foi realizado por Emma Tillman, a esposa do nosso pregador favorito.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Remixes que melhoraram os originais.

A história da música é feita de leituras e releituras do que anteriormente foi escrito e composto, com acusações frequentes de plágio, utilização massiva de samples, e remixes mais ou menos autorizadas, mais ou menos conseguidas.

Aqui no Duotron não somos muito apologistas de remixes, a não ser que tragam verdadeiramente algo de novo e interessante à música original, o que é raro. Ainda assim, subsistem alguns exemplos de como uma remistura bem feita pode tirar uma canção do anonimato e torná-la conhecida do grande público.

Deixo então aqui uma pequena amostra de músicas que brilharam mais pela sua remistura do que pelo trabalho original, pelo menos na minha opinião.

Cornershop - "Brimful of Asha" (Norman Cook Remix)



Tori Amos - "Professional Widow" (Armand’s Star Trunk Funkin’ Mix - Armand Van Helden)



Everything But The Girl - "Missing" (Todd Terry Club Mix)



Run DMC - "It's Like That" (Jason Nevins Remix)



U2 - "Even Better Than The real Thing" (The Perfecto Mix - Paul Oakenfold)


De regresso à orbita!

Os irmãos Paul e Phil Hartnoll estão de regresso aos discos, com a edição prevista para Setembro de 2018 de "Monsters Exist", o qual será acompanhado por uma turné pela Europa.

Em 2012, os Orbital tinham anunciado o fim das suas actividades musicais, após o lançamento de "Wonky" e da BSO para o filme "Pusher". Felizmente que a saudade bateu mais forte e em 2017 gravaram o álbum ao vivo "Live at Eventim Hammersmith Apollo", acompanhado por uma nova remistura para "Kinetic".

Como avanço para "Monsters Exist" temos este "Tiny Foldable Cities", uma música mais curta do que aquilo que os Orbital nos habituaram, mas que em termos de som é... Orbital, claramente!


quinta-feira, 14 de junho de 2018

Microhouse.

"Persona" é o quarto longa-duração de Ryan Lee West, mais conhecido pelo seu nome de palco, Rival Consoles.

Um álbum menos fácil que os anteriores "Howl" e "Night Melody", também editados através da Erased Tapes, não deixa, ainda assim, de ser um bom momento de IDM, num ano que está a ser particularmente fraco no que diz respeito a bons lançamentos dentro desse estilo musical.



Para comparação deixo também este "Haunt", do EP de 2015 "Odyssey/Sonne".

Ferrugem na engrenagem.

O álbum chama-se "The Deconstruction" e é o mais recente trabalho de Mark Oliver 'E' Everett e dos seus Eels. Ao fim de doze álbuns a fórmula sonora que Everett tem vindo a aperfeiçoar – depressão vs. euforia – começa a dar sinais de fadiga criativa.

E pegando em "Rusty Pipes", o último single editado e que hoje aqui apresentamos, até podemos fazer a piada fácil dos Eels estarem a precisar de um bom canalizador/produtor...

O vídeo é de Matthias Hoene.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Ladies And Gentlemen We Are (not yet) Floating In Space.

Brincamos com o título da obra-prima que Jason 'J. Spaceman' Pierce e os seus Spiritualized lançaram em 1997, "Ladies And Gentlemen We Are Floating In Space", para descrever a sensação deixada por "I’m Your Man" (não, não é uma versão do clássico do Leonard Cohen), o novo single da banda.

Tem tudo aquilo a que Pierce nos habituou – as guitarras, os sopros, os coros, o blues americano pela mão de um inglês – mas falta-lhe o botão de ignição para explodir. Esperemos que o álbum "And Nothing Hurt" nos faça voar um bocadinho.

O vídeo é de Juliette Larthe.

Tríptico de uma dupla negativa.

Os norte-americanos Low lançam no dia 14 de setembro o seu 12.º álbum de originais. "Double Negative" foi o nome escolhido pela banda de Alan Sparhawk, Mimi Parker e Steve Garrington.

Como aperitivo oferecem-nos um vídeo bem intrigante que reúne três músicas do novo álbum – "Quorum" (realização de Ben Chisholm), "Dancing and Blood" (de Karlos Rene Ayala) e "Fly" (de Mark Pellington) – numa curta metragem a que chamaram "Double Negative Triptych".

Bem esgalhado!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Novidades dos Underworld.

Novo single dos Underworld, estreado por ocasião do primeiro concerto de sempre da banda em Belfast, Irlanda do Norte.

Faz-nos pensar se não seria tão bom estes senhores decidirem fazer um álbum de puro Ambient à la "Selected Ambient Works", de Aphex Twin

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O cliente com mais pontos acumulados. - II

Já o ouvimos e gostámos.

"God's Favorite Customer" são 38 minutos de boa música, que andam à volta da estadia de Josh Tillman num hotel, durante dois meses, enquanto escrevia as novas músicas que deram corpo a este álbum. O novo single é este "Please Don't Die"

O vídeo é de Chris Hopewell.



Rápido e lento.

Voltamos à nossa texana favorita, Annie 'St. Vincent' Clark, para ver uma fantástica interpretação ao vivo de "Fast Slow Disco", no nosso mui estimado Later... with Jools Holland. O álbum chama-se "Masseducation" e merece a vossa atenção.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Mau feitio e muito ruído às Portas de S. Antão.

O Coliseu de Lisboa recebe hoje à noite uma das bandas mais importantes da música alternativa escocesa, os The Jesus And Mary Chain. Os irmãos Reid andam em digressão a promover o seu mais recente trabalho "Damage and Joy", mas o que a malta quer mesmo são os clássicos. Não é que as novas músicas sejam más, mas quem tem estas bombas no seu repertório, tem fãs para o resto da vida.

Curiosidade: o vídeo de "You Trip Me Up" foi filmado em Lagos, no Algarve, no prosaico ano de 1985.










quarta-feira, 23 de maio de 2018

Álbum do ano?

Ainda não chegámos ao final de Maio e já temos álbum do ano? Para já, muita coisa depois ouvida, ainda nada se aproximou, pelo que os GusGus, com o seu "Lies Are More Flexible", são fortíssimos contendores a esse título.

Se não acreditam ouçam "Featherlight", "Lifetime", "No Manual", "Fuel" ou este "Fireworks". 23 anos após a edição do seu primeiro e homónimo álbum, os GusGus continuam numa forma fantástica.

Dueto de prata.

A Mute anunciou o lançamento de uma edição especial de "Silver Eye", o sétimo álbum de originais de Goldfrapp, a sair no próximo dia 6 de julho.

Esta Deluxe Edition contém a regravação de "Ocean", desta vez em dueto com Dave Gahan, dos Depeche Mode, assim como um conjunto de remixes e versões alternativas de canções de Alison Goldfrapp e Will Gregory.

A voz de Gahan continua soberba, mas este dueto não ganhará nenhum prémio.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Macacos sem frio.

Editado a 10 de Maio passado, o sexto álbum de originais dos Arctic Monkeys demorou bastante tempo a ver a luz do dia. O hiato desde a edição de AM não lhes mudou o som, ainda que este single, "Four out of Five," não me diga grande coisa. Mas bom, como gosto dos rapazes vou dar uma hipótese a "Tranquility Base Hotel & Casino", a ver se outras faixas me convencem mais...

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Feios, maus e deliciosamente inseguros.


































Comecemos pelo evidente: a capa do álbum de estreia homónimo dos Insecure Men. Se este fantástico tributo à propaganda norte-coreana vos deixar indiferente, então não têm o sentido de humor necessário para frequentar este estaminé.

Continuam por aqui? Então apresentemos a dupla de adultos que aparece na ilustração e que são os mentores dos Insecure Men: Saul Adamczewski (corrido dos Fat White Family por demasiadas drogas num corpo só, entretanto já limpo) e Ben Romans-Hopcraft (Childhood), são dois músicos ingleses, amigos de longa data, que uniram esforços para nos darem um dos discos mais inconvenientes dos últimos tempos.

Conseguem-no com letras que falam de gente tão recomendável como Gerry Adams (sim, o senhor do IRA na deliciosa faixa "Ulster"), Cliff Richard ("Cliff Has Left the Building"), Gary Glitter ("Mekong Glitter"), Whitney Houston e a filha dela! E os suícidos de ambas (a gloriosa faixa "Whitney Houston & I")!

Não contentes com uma prosa tão apurada, os Insecure Men dão-nos música feita à base de pop aditivada com easy-listening, glam rock, indie rock, exotica e mais umas sonoridades rejeitadas pelo bom gosto mainstream.

Exageramos? Sim, exageramos, mas é o nosso modus operandis quando ficamos obcecados por um disco tão magnífico como este. Juntem-se a nós nesta obsessão e descubram os Insecure Men nos singles "Teenage Toy" e "I Don't Wanna Dance (with My Baby)", ambos realizados por Jak Payne, e "Ulster", cujo vídeo é de Niall Trask.

E também levam com estes senhores ao vivo, no Scala de Londres, a tocarem "Mekong Glitter". Aquelas projecções em fundo do pedófilo Glitter, intercaladas com imagens de criancinhas orientais (certamente do Vietname ou do Camboja), são um mimo...








sexta-feira, 4 de maio de 2018

A resistência ainda anda por aí.

Partimos para o desejado fim-de-semana ao som do bonito "Hold Me Like a Heaven", o novo single de "Resistance Is Futile", o último de originais dos Manic Street Preachers. Depois de escutado de fio a pavio, este disco não defrauda os fãs da banda galesa, embora lhe falte um pouco de sangue na guelra.

Mas sejamos justos: com uma carreira de 32 anos e com 13 álbuns originais, estes senhores continuam a fazer algum do melhor rock anglo-saxónico que se pode escutar por aí.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Amor para aqui, amor para ali...

"Glimpse Of Love" e "Feel The Love Go" são os dois últimos singles a saírem de "Always Ascending", o mais recente trabalho dos Franz Ferdinand. São respectivamente a antepenúltima e penúltima faixas do álbum. Não têm a pujança do primeiro single "Always Ascending", mas são duas faixas divertidas e que têm como alvo o agitar das ancas.

Visualmente os novos singles são duas belas tontices, com os vídeos a cargo de Alice Kunisue ("Glimpse Of Love") e Diane Martel ("Feel The Love Go").





sexta-feira, 20 de abril de 2018

Crença australiana.

Editado no passado dia 13 de Abril, "Confident Music For Confident People" é a proposta dos australianos Confidence Man, quarteto que assim se estreia nos LP.

E confiança é o que não falta a este pessoal: muito atitude, muito humor, aposta em bons vídeos e numa dance pop moderna. Tenho de ouvir mais umas vezes para se perceber se cai para o lado do gosto ou do não gosto; mas indiferente é que não fiquei.

Vídeo a cargo do estúdio Schall & Schnabel.

Hey you, Don't watch that watch this!

Há letras de canções que são icónicas e que passam incólumes pelas agruras do tempo. O que dizer então de uma canção que é essencialmente instrumental mas cujo frase inicial é uma das mais "catchy" de sempre?

Hey you
Don't watch that watch this
this is the heavy heavy monster sound
the nuttiest sound around
so if you've come in the off the street
and you're beginning to feel the heat
well listen buster you better start to move your feet
to the rockinest rock steady beat of Madness
ONE STEP BEYOND


Independentemente do que se possa dizer do ska e do seus excesso, muitas das vezes com razão, ninguém pode tirar o lugar de destaque dos Madness no panteão das bandas das décadas de 80 e 90.

Como costumo referir que há bandas que, independentemente de nem gostarmos muito delas, acabamos por reconhecemos inúmeros singles, canções essas que são apreciadas por diferentes gerações. Um exemplo paradigmático são os ABBA. Mas certamente também os Madness. Quem não se lembra de "Our House", "House of Fun", "Baggy Trousers", "Driving in My Car" ou "Night Boat to Cairo"? É só sucessos, para o menino e para a menina!

Fiquem pois com a inconfundível entrada de "One Step Beyond", pela voz de Chas Smash.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

O cliente com mais pontos acumulados.

"Disappointing Diamonds Are the Rarest of Them All" e "Just Dumb Enough to Try" são os títulos das duas novas músicas do nosso pregador favorito, Father John Misty, que apareceram ontem de surpresa. "Mr. Tillman" já era conhecida desde fevereiro (o vídeo é de Jeff Desom e Carlos Lopez Estrada). Todo este material novo veio confirmar os rumores de um novo álbum do alter-ego de Josh Tillman: "God's Favorite Customer", o quarto álbum de originais do músico, é editado dia 1 de junho.

Os fiéis rejubilam.





segunda-feira, 16 de abril de 2018

Malta preguiçosa, pá!

Lembrei-me esta manhã de "Bulbform", do primeiro álbum dos canadianos Trust (agora TR/ST), e tem sido o dia todo a recordar as grandes músicas que este projecto nos tem legado. Bom, na verdade são apenas dois álbuns, TRST (2012) e Joyland (2014). Não está na altura de lançar algo novo?

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Huh!?

Um dos concertos mais duros que fui: NOFX, em 2003, no Pavilhão do Restelo. A abarrotar, muito suor, algum sangue e um concerto brutal. Fat Mike e Eric Melvin tinham acabado de editar "The War on Errorism", um álbum cheio de intervenção política e que tomou George W. Dumb Bush como alvo.

Mas a história dos NOFX é longa e remonta já a 1983 sendo que, desde então, a banda editou 13 álbuns de estúdio.

Entre as muitas músicas punk criadas, temos preciosidades como este "Monosyllabic Girl" do álbum de 1997 "So Long and Thanks for All the Shoes".



E do tal "The War on Errorism", fiquem com "Franco Un-American".


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Memórias do frio. - II

























De vez em quando bate-nos a saudade, especialmente quando nos voltamos a reencontrar com o talento dos indígenas. O islandês Ólafur Arnalds vai lançar um novo disco, cujo nome ainda não foi divulgado. No entanto, para nos abrir o apetite já temos o primeiro single, "re:member". Lindo e austero como a terra que viu nascer o músico.

O vídeo é de Thora Hilmar. A fotografia é nossa.

Usar as palavras de outros.

Neste caso o poema escrito por Scott Matthew para o seu novo single "End Of Days". Sim, é meloso e bacoco, mas funciona na canção e vai fazer maravilhas a uma das fãs do estaminé.

O novo disco do músico australiano é editado dia 20 deste mês e chama-se "Ode to Others". O vídeo foi realizado por Mario Lombardo e Daniel Breuer.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Na foz do Mersey.

Da Liverpool que visitámos à "Liverpool Revisited" que os Manic Street Preachers apresentam como o seu novo single, aqui fica um retrato de uma cidade que se reinventou e da sua orgulhosa população.

O álbum chama-se "Resistance Is Futile" e sai em breve.



quarta-feira, 4 de abril de 2018

Frio (quase) árctico.

Os Kiasmos são um projecto faroé-islandês já com alguns anos de estrada, ainda que só tenham um LP no seu historial (e vários EPs, é verdade). Electrónica muito suave, a vogar entre o Deep House, Minimal e Ambient, são uma banda sonora perfeita para as paisagens geladas dos respectivos países de origem. Não sendo a primeira vez que falamos na banda aqui do Duotron, não faz mal nenhum fazermos uma revisitação.

Havendo falta de vídeos de qualidade da banda, recorro à muito querida (do DJ Ruto, mas também minha) KEXP, para uma performance ao vivo de "Looped", do álbum homónimo à banda.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Audições para uma ex.

Chama-se "Cité Champagne" e é o segundo álbum da banda francesa Moodoïd, projecto encabeçado por Pablo Padovani. O disco tem data de lançamento agendada para 8 de junho, mas hoje já tivemos direito ao primeiro single, "Miss Smith". Boa retro pop!

O vídeo foi realizado por Nick Roney.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Preocupações recentes. - IV

É já esta sexta-feira, dia 23, que é editado "New Material", o novo álbum dos Preoccupations. Trazemos hoje o mais recente single, "Disarray". Não é tão pujante como o anterior "Espionage", mas mantém a bitola lá em cima.

O vídeo é do animador inglês RUFFMERCY. Vale a pena espreitar mais trabalhos deste artista na sua página oficial.

terça-feira, 20 de março de 2018

Roubaram-nos os Thievery.

Os Thievery Corporation foram um dos nomes mais fortes da música de dança do final dos anos 90, início de 2000, com os álbuns "Sounds from the Thievery Hi-Fi" (1996) e "The Mirror Conspiracy" (2000). A sua combinação de dub, jazz, house e bossa nova valeu-lhes uma legião de fãs e vendas significativas. Pessoalmente, o som da banda nunca me entusiasmou, talvez por causa dessa adição de sonoridades de jazz latino e bossa nova que me são particularmente desagradáveis.

O ano passado viu o regresso aos álbuns de estúdio dos Thievery, com "The Temple of I & I", sendo que a dupla está a preparar já um regresso para este ano, através do EP "Treasures from the Temple", para o qual adiantaram este single, "Voyage Libre"



Penoso, é o mínimo que se pode dizer do single. Muitos saudosistas dos Thievery não concordarão, mas para esses deixo "Lebanese Blonde", do já referido "The Mirror Conspiracy". Eu sei que as coisas evoluem, mas parece que os Thievery não.

sexta-feira, 16 de março de 2018

DFA & LCD

Se as notícias recentes sobre os LCD têm sido positivas, a DFA, editora de James Murphy, também tem demonstrado boa saúde, com algumas edições bem interessantes, como é o caso destes Essaie Pas, banda canadiana que lançou hoje o seu novo LP " New Path".

Oferecem-nos um synth futurista e industrial, baseado num cenário distópico com influências dos primeiros trabalhos de Cabaret Voltaire, Human League ou DAF, ainda que numa roupagem mais moderna e reminiscente do FSOL.

O vídeo foi realizado por Christophe Royal King.


quinta-feira, 15 de março de 2018

Take a chance on me? - II

Não gostamos de voltar com a palavra atrás, sobretudo depois do que dissemos aqui. Porém, decidimos dar mais uma oportunidade ao fraquinho "Everything Now", dos Arcade Fire. Mas só porque é o vídeo da sequência final do álbum – "Put Your Money On Me" e "We Don't Deserve Love" – e tem a Toni Colette. Só por isso.

A curta-metragem foi realizada por David Wilson.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Ave rara. - II

Não nos cansamos deste "There's a Light", o novo single de "Rare Birds", o mais recente trabalho de Jonathan Wilson, que já aqui tínhamos destacado.

O vídeo é de Grant James.

É verdade, está a acontecer!

Depois de muitos anos a compor música sob outros nomes, casos de Soylent Green ou Alter Ego, Roman Flugel focou-se agora em editar música utilizando o seu nome verdadeiro. De "Happiness is Happening" saiu este "Wilkie", com sonoridade muito kraftwerkiana, ainda que o resto do álbum também navegue por momentos mais dub ou techno.

Um óptimo CD de música electrónica.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Vai subir?

Grande single e grande vídeo para "Beam Me Up", a última amostra a ser retirada de "Marble Skies", o mais recente álbum dos Django Django.

A realização esteve a cargo de John Maclean.

Barriga cheia.

Ontem à noite, entre novidades como este "Don't Know Why", do mais recente "Slowdive", e clássicos como a eterna "Alison", da obra maior "Souvlaki" (1993), Lisboa teve direito a um belo concerto dos Slowdive.

O público saiu do Lisboa ao Vivo de apetite saciado e com a sensação que estiveram no lado certo da barricada, durante a complicada década de 1990...






quarta-feira, 7 de março de 2018

Propaganda amiga do pulmão.

Os 'historiadores' Public Service Broadcasting têm um novo disco, "Every Valley", dedicado ao impacto da indústria mineira na Grã-Bretanha do século XX. A banda inglesa continua a sua aventura arqueológica de dar novas roupagens sonoras a antigos filmes de propaganda e gravações de eventos históricos.

O último single é este "People Will Always Need Coal". A malta adepta do carvão, em especial a norte-americana (olá, Sr. Trampas), deve ter orgasmos ao som disto.

Singular. Ou não.

Mais uma boa notícia para 2018: o inglês Jon Hopkins está de volta com um novo trabalho! Chama-se "Singularity" e é editado no dia 4 de maio. O primeiro cartão de visita do novo álbum é o single "Emerald Rush". Aparentemente Hopkins mantém-se fiel ao som que nos tinha dado no fantástico "Immunity", de 2013. Aguardemos por maio para ouvir se as restantes músicas trazem alguma surpresa sonora.

O vídeo foi realizado por Robert Hunter e Elliot Dear.