quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Anyone got any salmon?

Pois, por aqui não se arranja salmão mas sim drogas. Drogas leves, drogas pesadas, drogas líquidas, drogas Isabel Moreira, muita coisa e da boa.

A música - e o mundo do espectáculo em geral - sempre esteve associada a vidas pouco regradas, ao excessivo consumo de álcool, drogas e afins. Não, não vamos voltar ao tema de 2016, de mortes sequenciais de reconhecidos músicos. Mas já que aqui estamos façamos uma pequena viagem pelo universo das canções que descaradamente ou de forma mais sub-reptícia incluíam nas letras menção a uma determinada droga. E para começar, a primeira que me vem logo à cabeça é... "Ebeneezer Goode" dos britânicos The Shamen. Descaradíssima. Adoro! Vamos ao refrão?

"eezer Goode, eezer Goode, he's Ebeneezer Goode".

Ou seja, soa a "E's are good", notória referência ao ecstasy. Ao longo da música há muitas outras referências, como "He's refined, he's sublime, he makes you feel fine; Though very much maligned and misunderstood" ou "A gentleman of leisure, he's there for your pleasure; But go easy on old Eezer he's the love you could lose"

Muita polémica deu esta música, com a BBC a bani-la e Jarvis Cocker a adjectivar o trabalho como "despicable record". O que é certo é que chegou a número 1 do Top britânico e só sob muita pressão mediática a banda decidiu retirar o single, continuando sempre a afirmar que a letra nada tinha que ver com drogas. Exacto!



Outra polémica? "Golden Brown", dos The Stranglers. É verdade, quem diria que uma musiquita tão delidoce e melodiosa poderia esconder algo de maléfico? A banda também sempre negou qualquer referência à heroína, algo que associado a uma letra inextrincável permitiu evitar que a música fosse ostracizada. Mas em 2001, Hugh Cornwell lá admitiu que a música falava numa namorada dele da altura e em heroína. Mais vale tarde.



Outra melodia muito bonita é a dos The La's em "There She Goes", com passagens como "There she goes again / Coursing through my veins". Uma vez mais a banda sempre negou a ligação dessas palavras a drogas, ainda que a reputação de Lee Mavers, cantor e compositor dos The La's, não ajude muito à defesa. Curiosidade: os Sixpence None the Richer fizeram uma versão da canção, a qual teve muito sucesso nos EUA; todavia, após descobrirem o que poderia estar subjacente à letra, parece que ficaram escandalizados. O dinheiro que entrou à custa da canção parece que já não lhes causou tanto desgosto.



Esta é polémica e talvez o DJ Ruto nos possa ajudar. "Lucy in the sky with diamonds". Ultraje! Mentira! Os The Beatles?! Blasfémia. Talvez. Mas não se livraram de comentários sobre referências a LSD, algo a que as roupas, algumas músicas e todo ambiente psicadélico que envolveu a banda por alturas do "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band" não ajudam a desmentir. Lennon e Macca sempre afastaram essa possibilidade, mas as dúvidas ficarão para sempre



Esta é outra fantástica. Não pela música, da qual não morro de amores, mas pelo conceito: um conjunto de adolescentes a cantar "Pass the dutchie" (influência de Pass the Kouchie, uma expressão utilizada pela comunidade jamaicana radicada em Inglaterra para referir um cachimbo com marijuana). Foi este um dos sucessos de 1982, que deu o único número 1 aos Musical Youth.



Finalizemos com outra bastante insuspeita: "Beetlemum", dos Blur. Damon Albarn já o confirmou em entrevista, referindo que a letra pretendia homenagear os muitos amigos que tinha perdido para a heroína. Beetlebum tem como referência "chasing the beetle", o que em calão significa fumar heroína.


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