sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O álbum fénix.

Para fechar a semana em beleza, um regresso ao melhor álbum de 1998: "Deserter's Songs", dos Mercury Rev. Da banda que, em 1993, enquanto tocava no palco secundário do festival Lollapalooza, foi acusada de ter o volume alto demais (para não falar no ruídoso demais) e a roubar protagonismo às bandas do palco principal (olá, Tool), tendo sido literalmente arrastada para fora do palco e o som desligado à pressa, até à rendição global por parte da crítica musical e fãs à genialidade do "Deserter's Songs". E tudo graças a uns tipos ingleses, que ficaram fãs aquando da primeira audição do álbum e o decidiram promover junto de toda a imprensa especializada que conheciam. Quem são esses ingleses, perguntam vocês? Uns arruaceiros quaisquer chamados The Chemical Brothers.

"Deserter's Songs" era para ser o álbum de despedida dos Mercury Rev. A banda estava em fase de desintegração, falidos, com problemas de drogas, relações terminadas, sem baterista, o guitarrista fugido para um mosteiro, o vocalista e mentor Jonathan Donahue tentava recuperar de depressões agudas e, como cereja no topo da desgraça, estavam sem editora. Era preciso pegar em toda esta loiça partida e voltar a colar os cacos de alguma maneira. Toda a energia negativa acabou por ser canalizada de uma forma surpreendente nas gravações das primeiras faixas do álbum, que decorreram nas montanhas Catskill, no estado de Nova Iorque, onde Donahue e o guitarrista Sean “Grasshopper” Mackiowiak decidiram reatar a amizade de longa data e dar mais uma oportunidade à banda. É certo que contavam com outra personagem única da música alternativa norte-americana na banda, Dave Fridmann. Na altura, Fridmann era o baixista da banda e dava os primeiros passos como produtor. E, no processo de recuperação da banda, descobriram que tinham como vizinhos os músicos Garth Hudson e Levon Helm, dos The Band, que, voluntariamente, deram uma mãozinha em algumas canções. Daí em frente a banda lá se endireitou e concluíram as gravações de "Deserter's Songs", que teve as suas "masters" gravadas em película de filme de 35 mm, bizarria sonora que Dave Fridmann explicou dizendo que this unique process gave the music an intentionally “weird sound”, while enhancing the “cinematic bent” of the music. O álbum foi editado pela V2, que, na altura, decidiu arriscar a contratar os Mercury Rev, apesar do passado tumultuoso da banda.

O resto é história, com o álbum a ser elogiado, tocado e vendido mundo fora. Até cá tivemos uma música de "Deserter's Songs", a faixa "Endlessly",  a rodar loucamente como banda sonora de um anúncio de uma operadora de telecomunicações.

Termino esta declaração de amor a "Deserter's Songs" com "Opus 40", um dos singles do álbum, que teve direito a video realizado por outro tipo desconhecido, um tal de Anton Corbijn.

Bons sonhos.

Bu!

Para aqueles que celebram as vésperas do dia dos finados, aqui fica uma música propícia para essas comemorações.

Do álbum "Enter The Slasher House", Avey Tare, parte integrante dos Animal Collective, com o seu projecto Avey Tare’s Slasher Flicks, a dar-nos este "Catchy (Was Contagious)".

Histórias do gato obeso. - II

Voltamos à Fat Car Records para recordar mais uma bizarria histórica, de uma banda que é considerada, actualmente, como uma das mais importantes da cena alternativa norte-americana, os Animal Collective.

O álbum chama-se "Sung Tongs", é de 2004, o quinto da carreira da banda, e foi considerado pela crítica como um dos melhores desse ano. Apesar de uma aproximação ao revivalismo folk que começou nesse ano, todas mutações sonoras, instrumentos utilizados e vocalizações levam a que "Sung Tongs" seja ainda uma verdadeira ave rara no panorama musical actual. Senão comprovem com este "Who Could Win A Rabbit".

Pelas ondas da rádio - VIII

Simian Mobile Disco, ao vivo na KEXP, a promover o novo álbum "Whorl". Dois tipos, com ar de nerd, sentados à volta de toneladas de sintetizadores e sequenciadores, em puro deleite de fazer música a partir de botões, teclas e fios. O sonho de qualquer aficionado de música electrónica.

Vale a pena ver os quase 35 minutos desta actuação e perceber a construção de sons, melodias e ritmos sem o uso de computadores. Demonstração de quão orgânica e especial a música electrónica consegue ser.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Mantra.

Dave Grohl + Josh Homme + Trent Reznor.
Música concebida para a banda sonora do documentário de Dave Grohl, "Sond City".

Palavras para quê?

Histórias do gato obeso.

A Fat Cat Records é uma editora inglesa que iniciou actividades no ano de 1997. Dedica-se às franjas mais alternativas e tem um belo lote de artistas que representa, ou representou, tais como: Sigur Rós, Múm, Animal Collective, Frightened Rabbit, The Twilight Sad, Vashti Bunyan, entre outros.

Hoje damos a conhecer um dos trabalhos editados, "Go Go Smear the Poison Ivy" álbum de 2007, dos islandeses Múm, gente de vozes delicó-suaves e instrumentações estranhas, cheias de "blips, blops e bzzs", à falta de melhor descrição. O single que teve direito a video foi este "They Made Frogs Smoke Til They Exploded". E se acham o título bizarro, então vejam a animação...

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Para terminar o dia.

E para isso nada melhor do que algo dançável mas não muito. Fiquem com os Swayzak e este "Japan Air", do álbum de 2000 "Himawari".

Muito repetitivo para alguns? Certamente. É por isso que eu gosto.

THAT'S JUST SILLY - XVII

O duo australiano de música electrónica Flight Facilities lançou este mês o seu primeiro álbum de originais, "Down To Earth". É o género de disco que vive de nomes de gente conhecida e "talentosa" que dão voz às composições dos Flight Facilities, que andam a lançar singles orelhudos para as pistas de dança da moda e a viver de airplay nas rádios, desde 2010. Nada contra, há gente a fazer coisas muito piores do que estes senhores e a terem mais notoriedade.

Hoje decidi dar-lhes uma oportunidade, sobretudo graças à participação do humorista e músico norte-americano Reggie Watts, na música e video do último single "Sunshine".
É uma tontice pegada, mas eu simpatizo com tipos gordos dançarinos.

Novidades do norte. - II

E ao quarto single, os GusGus apresentam "Airwaves", a melhor canção do seu último de originais, "Mexico". O video é simples, prático e não compromete.


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Toca aquela - VIII.

Por vezes as bandas ficam marcadas por uma determinada música. Ou é um one hit wonder ou nos concertos estão sempre a dizer "toca aquela" ou sei lá. O certo é que dos norte-americanos Berlin me recordo sempre do "Take my breath away" e por isso fujo deles a sete pés. O que não é justo, pois antes dessa balada azeiteira os Berlin foram dos poucos grupos do outro lado do Atlântico a tentar combater a hegemonia europeia, designadamente inglesa.

Sem dúvidas que nos anos 70 e 80 foram as bandas britânicas a puxar a carroça, mas os movimentos synthpop e new wave tiveram seguidores nos States e os Berlin são prova disso.

De 1982, do álbum "Pleasure Victim, fiquem com "Metro" e a giríssima Terri Nunn.

A tríade.

Dou-vos três nomes: Brian Eno, Karl Hyde e Warp Records. Se os colocarmos num saco, misturarmos e daí ver o que resulta, decerto será algo interessante, ou não?

Sim e não. O álbum de 2014 "Someday World", colaboração dos dois músicos acima referidos e lançado pela Warp, tem momento bons (nunca muito bons) e momentos maus (nunca muito maus). Mas de Eno e do vocalista dos Underworld espera-se sempre muito e daí talvez algum defraudar das expectativas.

Fica a base para uma colaboração que, espera-se, venha no futuro a dar ainda maiores proveitos.

Haja esperança.

Há novo álbum para os Zoot Woman, o acabadinho de chegar "Star Climbing". O primeiro avanço é este "Don't Tear Yourself Apart". Confesso que para primeiro single estava à espera de um pouco mais, mas o álbum tem virtualidades e se acertarem nos próximos singles a coisa vai lá.

O reconhecimento devido.

Atirar para cima da mesa o nome de Daniel Lanois pode equivaler a um encolher de ombros colectivo. Poucos saberão quem é este canadiano de 63 anos.

Agora se disser nomes de álbuns como: "The Joshua Tree", "Achtung Baby", "So", "Us", "Oh Mercy" e "Time Out of Mind", muita gente reconhecerá prontamente U2, Peter Gabriel e Bob Dylan. E o que é que o Sr. Lanois tem a ver com tão influentes músicos? Foi apenas o produtor destes e de outros grandes álbuns, desde a década de 80 até à actualidade.

Agora que estamos esclarecidos quanto à identidade e principal ocupação de Daniel Lanois, vamos conhecer o seu trabalho enquanto músico, especialmente agora que ele tem um álbum novo, "Flesh and Machine". E quem, aos 63 anos, ainda está disposto a arriscar um single deste calibre, merece toda a nossa atenção. É claro que o video também ajuda...

Senhoras e senhores, Daniel Lanois com "Sioux Lookout".

De cabeça à roda.

Foi o filme-documentário-concerto sensação do Indie 2013, na modesta opinião deste vosso imodesto Dj. "Turning", de Charles Atlas, capta a digressão de Antony and the Johnsons em 2006, onde o músico e banda tiveram a companhia, em palco, de 13 mulheres muito especiais, que posavam numa plataforma giratória, ao mesmo tempo que eram filmadas e tinham essas filmagens projectadas numa tela no fundo do palco.

O filme vai ser finalmente editado em DVD e a banda sonora em CD, no dia 11 de novembro.
A vossa discoteca/"filmoteca" precisa desesperadamente de receber esta prenda.

Para alegrar os nossos ouvidos.

E para alegrar os nosso corações, o Sr. Chris Garneau vem visitar Lisboa, no dia 2 de novembro, e irá actuar no Conservatório Nacional. Traz um novo álbum na bagagem, "Winter Games", quatro anos depois de ter editado o fabuloso "El Radio".
Fiquem com o single mais recente, "Our Man".

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Silêncio que se vai cantar um clássico.

Em vésperas da edição em DVD de mais um concerto dos Depeche Mode, recordamos o clássico dos clássicos da discografia destes cinquentões ingleses de Basilton. O mestre holandês Anton Corbijn volta a filmar Dave Gahan, Martin L. Gore e Andrew Fletcher no seu elemento natural, o palco. Apesar de ter sido a tour mais fraquinha dos DM que já vi (resultado de um álbum menos conseguido e de absurdas versões de algumas músicas), continuam a milhas de distância de grande parte da concorrência que tenta roubar-lhes o trono da Synth-Pop.

Senhoras e senhores, "Enjoy The Silence", ao vivo em Berlim, com as magníficas projecções de Anton Corbijn em fundo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Bugatti!

Tiga está de volta com o tema "Bugatti", single de avanço para o novo álbum que deverá sair ainda este ano. O video da música, realizado por Helmi, é uma verdadeira delícia e vai directamente para o top 5 de melhores videos de 2014.

Ora acelerem lá este bicho.

Mais logo... - III

O Sr. Fujiya e o Sr. Miyagi vêm finalmente conhecer o burgo. Ou melhor, vamos finalmente ver os Fujiya & Miyagi ao vivo. A banda inglesa vem tocar à terceira noite do Jameson Urban Routes e a malta já tem o ingresso há uns meses.

O novo "Artificial Sweeteners" saiu este mês e vem cheio de sintetizadores e batidas dos 80's.
E, como é tradicional nestes falsos nipónicos, o resultado final é bem bom.
Agora é tirar as teimas ao vivo.

Wax on, wax off!

Versões XXXVII

Uma música fantástica de um grande senhor revisitada por um grupo de, também eles, grandes senhores. "Space Oddity" revista pelos Tangerine Dream, para o seu álbum de 2010 "Under Cover - Chapter One". Trata-se de um álbum de covers onde os TD evocam David Bowie, Alphaville, REM, Kraftwerk, Leonard Cohen e outros.

Continuo a preferir o original mas é sempre bom retornar aos TD.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Retornando aos clássicos.

Faz mais de 20 anos que os Orbital se juntaram a Michael Hazell, da editora Kudos Records, para formarem os Golden Girls. Dessa colaboração resultou um dos álbuns mais importantes da cena dançante, donde saiu este Kinetic, uma música que rivaliza em importância com Chime ou Belfast dos Orbital. Finalmente, a música de dança saía do circuito underground e chegava às discotecas de cidade e às playlist das rádios mais comerciais.

Esta música foi remisturada dezenas de vezes mas fiquemo-nos pelo original que ainda é a melhor versão.

Clash of Titans. - II

aqui falamos deste projecto.

Chega-nos hoje o primeiro postal ilustrado da colaboração. Dá pelo nome de "Brando".
Não esperem música comercial nem um video convencional.
Como diria a Dorothy, no "Wizard of Oz": "Toto, I've a feeling we're not in Kansas anymore".


Reciclagem.

Quem não se lembra do Curtis Stigers, no início dos anos 90, a cantar o sucesso "I Wonder Why" com o seu bonito cabelo comprido? Bom, podem não se lembrar mas que foi um sucesso internacional foi. Felizmente que a carreira de Stigers nunca se fixou nesse soul pop bacoco, existindo desde sempre um percurso paralelo na vertente do jazz. E, novamente felizmente, foi nessa área, como cantor, que Curtis Stigers se fixou. Uma reciclagem interessantíssima de um novo Michael Bolton para uma das vozes masculinas de jazz que mais aprecio.

Do álbum de 2014, Hooray for Love, fiquem com este "You make me feel so young", com a participação de Cyrille Aimée.

Cenas do bairro.

Noah Lennox, mais conhecido como Panda Bear, parte integrante dos Animal Collective, e tipo que se apaixonou por (e em) Lisboa, tem um EP novo que dá pelo nome de "Mr Noah". Que também é o nome da música que apresenta o disco novo.
A ouvir com atenção.

Mais logo... - II

Vamos finalmente testar a capacidade vocal (e dançarina) de Samuel T. Herring e da música dos seus Future Islands.
O festival Jameson Urban Routes trará também outros projectos que merecem a nossa atenção, mas isso é outra conversa. Hoje é dia destes senhores.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Versões - XXXVI

A publicidade tem servido ao longo dos anos como um forte condutor da promoção musical. Notoriamente, há bandas e canções que nunca teriam a visibilidade que tiveram/têm caso não fizessem parte de um qualquer spot publicitário. Exemplos bem recentes são os das operadores de telemóveis, sempre muito associadas a eventos musicais e que tornam viral uma determinada música em função da quantidade enorme de passagens desses anúncios em rádios e canais generalistas ou por cabo.

O presente caso tem duas vertentes: a de uma música que se tornou mais conhecida devido a um anúncio, no caso à marca Levi's, e o aproveitamento e reciclagem que se faz de sonoridades antigas.

Comecemos então pela música de Tony Hatch, inglês compositor de música para teatro e televisão mas também produtor, pianista, etc. Nos 70 teve um sucesso menor com este "Sounds of the 70s", lançado sob o nome Tony Hatch & The Satin Brass e ainda na onda das Big Band, cujo ocaso não demorou muito a ocorrer.



Passemos depois rapidamente para o início do novo milénio e para a troupe de DJs filandesa cujo nome artístico é Pepe Deluxé. Em 2001 a Levi Strauss utilizou o single "Before You Leave" numa campanha mundial da empresa, o que fez com que a música ascendesse aos tops em diversos países.

Agora ouçam a música do Tony Hatch e em seguida a dos Pepe Deluxé. Notam alguma coisa?

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Ver para aprender.

O seu trabalho tem sido alvo de exposição e admiração aqui no estaminé.
Já cá o tivemos via St. Vincent, Cults e Spoon.
O realizador de videoclips musicais, Hiro Murai, apresenta-se e à sua obra, num mini documentário cheio de grandes ideias.

Ânsias.

A dois dias de um dos concertos mais esperados da reentré, aqui ficam os Future Islands para as 4AD Sessions, com "Lighthouse", com direito a cordas, sopros e viola acústica.

Street art.

Começamos este dia de calor nada outonal com cores e sons de verão, cortesia da colaboração do dj e músico guatemalteco Meneo com o artista plástico espanhol Okuda.

A música dá pelo nome de "El Jardín" e é um verdadeiro jardim de delícias sonoras e visuais, com o video a ser filmado nas ruas de Madrid. E qual é o mal de começar o dia com maminhas ao léu??!?

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ao final do dia.

Os The Durutti Column, verdadeira instituição sonora de Manchester, com mais de 36 anos de carreira e mais de duas dezenas de álbuns lançados, regressou este ano aos discos com "Chronicle XL". Vini Reilly, principal mentor do projecto, continua a não desapontar com o material que vai editando. Senão vejam e oiçam o single "Free From All The Chaos", colaboração dos Durutti com Caoilfhionn Rose. Coisa simples e bela, como o final de tarde que está.

Nós adorávamos o tipo.

E, pelos visto, o céu também. "Heaven Adores You" é um belo documentário sobre a vida e a obra do "cantautor" norte-americano Elliott Smith, que morreu em 2003, com dois golpes de faca no coração,  sem nunca se ter percebido se terá sido suicídio ou assassinato, já que o resultado da autópsia foi inconclusivo.

Todo o filme é assombrado pela espantosa obra musical de Smith, que é acompanhada visualmente ora pelas magníficas paisagens naturais do estado do Oregon, ora pelo desalento cinzento da cidade de Portland, onde Smith começou a tocar em diversas bandas, mais tarde a solo, e a ganhar notoriedade. Entre testemunhos de amigos, familiares, músicos e gente que privou com Elliott Smith, a música sai sempre a ganhar, quer pelo lado mais lo-fi das gravações caseiras, quer pelas actuações de Smith em diversos concertos e eventos. Já para não falar na tão badalada actuação nos Óscares em 1998, quando viu a sua canção "Miss Misery" nomeada para melhor canção original do filme "Good Will Hunting", de Gus Van Sant. E quem ganhou o Óscar nesse ano? Pois, o vómito musical da Celine Dion para o "Titanic". Hollywood no seu melhor...

Fiquem com o trailer do documentário e uma das composições musicais preferidas deste vosso Dj, "No Name #3", do álbum de estreia de Elliott Smith a solo, "Roman Candle", de 1994.






Um verdadeiro prazer.

O inglês Baxter Dury tem um novo trabalho, "Its a Pleasure", e foi editado hoje.
Como podem ver pelo single de apresentação, "Pleasure", temos novo maluco para seguir!

Contemplemos.

Se há verbo que consigo aplicar às músicas dos Explosions in the Sky é contemplar. Há uma melancolia gerida de forma soberba por este quarteto texano, sempre em modo instrumental, conjungando guitarradas melódicas com acessos furiosos da bateria, à la Sonic Youth.

Este "Your Hand in Mine" é a quinta e última faixa do CD The Heart is not a Cold Dead Place, tendo ficado conhecida por fazer parte da banda sonora do filme "Friday Night Lights", realizado por Peter Berg e com Billy Bob Thornton no papel principal.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Cala-te!


Versões - XXXV

Já que falámos do Sr. Lanegan, não esquecer as imensas colaborações às quais tem emprestado a sua magnífica voz.

Uma dessas colaborações tem um lugar especial no gosto deste vosso Dj, pois é feita com uma velha paixoneta musical, a escocesa Isobel Campbell. Fez parte dos Belle and Sebastian desde a sua formação até 2002. Depois seguiu com os seus projectos, entre os quais três álbuns que editou com Mark Lanegan. Mas voltaremos a esta loura tímida numa próxima posta, para já vamos ouvir a versão que Campbell e Lanegan fizeram de "Rambling Man", original de Hank Williams, incluída no álbum "Ballad of the Broken Seas", de 2006.

Atenção que o video é uma badalhoquice pegada.

Rádio fantasma.

Mark Lanegan (Screaming Trees, Queens of the Stone Age, entre outros) tem álbum novo, com a sua Mark Lanegan Band, que vai ser lançado dia 21 deste mês.
Chama-se "Phantom Radio". E, às primeiras audições, parece bom.

Fiquem com o video do single "Sad Lover", se bem que uma das faixas mais curiosas do álbum é "Floor of The Ocean", que colocamos a seguir. Tem um certo vibe Joy Division. Deve ser do baixo.






Anda cá Óscar!

Parece que a próxima cerimónia de entrega dos Óscares será apresentada pelo Neil Patrick Harris, entre nós mais conhecido pela série "Foi assim que aconteceu". Qualquer escolha, inclusive o sapo Cocas, seria melhor do que a aberração Helen DeGeneres e a sua odiável selfie. Para além do mais, mantemo-nos dentro da mesma linha: ela gosta de mulheres, este gosta de homens. Bem ao estilo de Hollywood e da sua máquina de enculturação.

Mas parece que o rapaz nem é mau neste perfil de apresentador. Vejam a propósito a cerimónia de abertura dos Tony de 2013.

Calças molhadas.

Os Pissed Jeans são uma banda norte-americana de Allentown, Pennsylvania. Editaram o seu primeiro álbum, "Shallow", em 2005. Foi com esse álbum que captaram a atenção da editora Sub Pop que tratou dos colocar no mapa do rock alternativo interessante.
Chega-nos agora a reedição remasterizada desse álbum, promovida decentemente com o novo video do clássico instantâneo "Boring Girls".

Para quem não os conheça aqui fica o aviso: os Pissed Jeans são (muito) barulhentos, feios e estupidamente divertidos.
O resto é por vosso conta.



Acharam mau? Óptimo, então fiquem com o ainda (melhor) pior "Bathroom Laughter", do álbum "Honey", de 2013.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Descida aos infernos.

"Colour Yr Lights In" foi um dos singles de promoção de "Until In Excess, Imperceptible UFO", último de originais dos The Besnard Lakes. Não é uma banda de audição "amigável". Requerem disposição apropriada e um amor incondicional a uma pop contaminada por harmonias sacadas aos Beach Boys, que depois são despedaçadas por guitarras abrasivas em crescendos, na melhor tradição da escola pós-rock.

Antes e depois - II.

Se no outro dia abordámos aqui no Duotron os Ultravox, não podíamos deixar passar a oportunidade de falar na sua banda siamesa, os Visage. Projectos com origem nos finais dos 70, ambas tiveram reconhecimento do grande pública no início da década de 80. Pioneiras na utilização massiva de sintetizadores e figuras de destaque das correntes New Wave e SynthPop, os Ultravox e os Visage partilhavam mais do que isso: alguns elementos dos Ultravox foram essenciais no sucesso dos Visage.

Billy Currie, conhecido essencialmente pelo seu envolvimento nos Ultravox, foi o primeiro teclista dos Visage e a principal força criadora dentro do grupo. Para além deste, também Midge Ure, vocalista dos Ultravox, ajudou a compor e produzir muitas das músicas do primeiro álbum, também ele chamado Visage. Mais, "Fade to Grey", o grande sucesso da banda, foi composto por Billy Currie, Midge Ure e por Chris Payne, um experimentado músico que colaborava frequentemente com Gary Numan.

Temos portanto uma promiscuidade muito grande entre as duas bandas coisa que, como se sabe, nem sempre dá bom resultado. Ainda hoje, Steve Strange, vocalista e um dos criadores dos Visage, discorda da atribuição da autoria de "Fade to Grey" apenas a Currie, Ure e Payne, argumentando que colaborou na escrita da letra e na ideia de incluir vocalizações em francês ao longo do single. Questiúnculas à parte, ficou uma grande música, que marcou definitivamente a década e que já tinha aqui sido postada pelo nosso Dj Ruto.



Mas as muitas similitudes entre as bandas não ficam por aí. Tal como os Ultravox, os Visage também regressaram aos álbuns no novo milénio, após 29 anos de interregno, com Heart and Knives, de 2013. A colagem ao antigo som da banda é notória, ainda que o primeiro single, este "Shameless Fashion", soe propriamente mais a Human League do que a Visage.




terça-feira, 14 de outubro de 2014

Versões - XXXIV

Comemorando os 25 anos da Merge Records, uma das editoras que tem merecido o meu crescente reconhecimento, a Google Play está a oferecer 25 músicas da editora, onde se destacam umas quantas versões de artistas mais novos da editora de velhos clássicos editados pela Merge.

E quem é que a Merge representa? Bem, velhos conhecidos daqui como os Arcade Fire, Spoon, The Divine Fits, She & Him, Camera Obscura, Caribou, Destroyer e os nossos mui estimados The Magnetic Fields, de Stephin Merritt.

Portanto, quando aparece uma cover de uma música do génio Merritt, as nossas orelhas arrebitam com o potencial (ou falta dele) do bicho. Fiquem então com a versão de "Strange Powers" pelo projecto Telekinesis, incluída na tal oferta da Google Play. Não é nada do outro mundo, mas tem uma certa candura e lo-fi que merece, no mínimo, um olhar carinhoso e um ouvido simpático.
O original pode ser escutado a seguir.



OVNI

O novo projecto da norte americana Mary Timony (Helium, Wild Flag e outros) dá pelo nome de Ex Hex. Timony pegou no título do seu terceiro álbum a solo, editado em 2005, para baptizar este novo projecto.

Continuam as guitarras ao alto e todo o espírito punk neste novo "Rips", álbum de estreia das Ex Hex, editado na semana passada. O primeiro single é este "Waterfall".

Cabras do mundo, uni-vos!

Hoje, para vossos deleite, decidimos apresentar-vos uma nova banda que cruza World Music com o psicadelismo, os Goat.

Estas cabras malucas que nos chegam da Suécia (as drogas locais estão cada vez melhores) foram a sensação dos festivais mais alternativos de 2014, sobretudo graças às suas espalhafatosas apresentações ao vivo, em que aparecem todos mascarados, cheios de referências étnicas, qual descendência bastarda dos Tinariwen com hippies viciados em LSD.

Têm um álbum novo, "Commune", e apresentam-no com este "Hide from the Sun".



Para melhor perceberem as comparações acima referidas, espreitem o video dos Goat ao vivo no Union Transfer de Philadelphia, com a faixa "Gathering of Ancient Tribes".

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Antes e depois - I.

O regresso dos Ultravox às gravações em 2012, com o álbum Brill!ant, seguiu-se a um interregno de 28 anos da estrutura mais clássica da banda, composta por Chris Cross, Midge Ure, Warren Cann e Billy Currie. O primeiro single, homónimo ao álbum, veio acompanhado por um bom vídeo, ainda que a música já pouco tenha a ver com o vanguardismo dos Ultravox de finais de 70 e inícios de 80.



Dois nomes grandes da música britânica destacaram-se nos Ultravox: John Foxx e Midge Ure, ambos vocalistas da banda, ainda que em períodos diferentes. É já na fase deste último que saem os singles de maior sucesso, nomeadamente Vienna, o grande sucesso comercial da banda. Fiquemos assim com um antes e um depois.



Começar em força.

63 minutos de grande música para começar esta semana a dançar entre os pingos da chuva.
Caribou ao vivo em Pula, Croácia, a mostrar os novos temas do seu mais recente "Our Love", mas fazendo do álbum anterior, "Swim", a peça fulcral da actuação.
E aquela "Sun" extendida ao longo de 10 minutos é uma verdadeira pancada nos neurónios.

Para ver e ouvir com o volume no ponto incomoda-vizinhos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Em loop.

Mais uma pérola pop para os Broken Bells.
Fiquem, nesta bela manhã, com o video para "After the Disco", single homónimo do álbum editado em fevereiro deste ano.
Mais um grande video para os Broken Bells.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Fácil??

Fácil, o caraças!

Belíssimo video para o mais recente single de Son Lux.
Vai pelo nome de "Easy" e parece tudo menos fácil.
O bondage a vir ao de cima, pela obra de Carolyn Weltman.
Quem achar piada ao género, pode espreitá-la aqui.

Já sabem, o álbum chama-se "Lanterns", é bom e já anda por aí.

Memórias. - II

Do novo "Our Love", aqui fica o single com o mesmo nome, "Our Love".
Caribou a levar-nos até à pista de dança das memórias.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Pequeno raio de sol.

Para alegrar os espíritos neste dia molhado e cinzento.

Os Tweedy de Jeff e Spencer, pai e filho, nesta empresa familiar que deu à luz o belíssimo álbum duplo "Sukierae".
O single chama-se "Summer Noon". E é bem bonito.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Eu quero ser uma lenda.

Acabadinho de ser lançado, "Please" é o sétimo álbum de originais do músico multi-instrumentalista norueguês, Sondre Lerche. Mais um talento a sair da cidade de Bergen, Sondre Lerche anda nestas andanças das músicas pop desde os seus 19 anos de idade, quando lançou "Faces Down", álbum recheado de pop doce e bem intencionada, onde citava músicos como Beatles, Beach Boys, Prefab Sprout e A-ha. Passados 13 anos e seis álbuns depois, Lerche continua a dar-nos uma pop bem feita, mas que foi amadurecendo e que está a ficar mais refinada.

Embora ainda não tenha digerido o novo álbum todo como ele deve ser escutado, há duas músicas que merecem destaque instantâneo: primeiro, este single, "Legends", e o próximo single, "Sentimentalist", faixa de recorte clássico, qual torch song, escrita por um Jacques Brel que andou a ouvir os Suicide. Mas deixemos esse single para quando houver video.

Mais logo? Esperemos que sim...

Ontem andou a passear por Lisboa.
Esperemos que não se tenha constipado, nem visto algo sobre confecção gastronómica de animais que tivesse chocado o seu lado diva...

Hoje queremos que seja algo deste género, Morrissey a ser o músico Morrissey.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Eternas comparações.

O álbum chama-se "Playland" e o primeiro single é "Easy Money".
Johnny Marr está de volta aos discos. Já conhecemos aquela guitarra de ginjeira.
Resta saber se tem mais alguma coisa para oferecer.

Curiosidade maliciosa: o álbum vai ser editado no dia 6 de outubro, o mesmo dia em que Morrissey inicia, em Lisboa, a tour de promoção para o seu último "World Peace Is None of Your Business".

Stephen Samuel Gordon

A homenagem possível neste nosso cantinho ao músico inglês Stephen Samuel Gordon, mais conhecido por The Spaceape. Um cancro estúpido (como o são todos) levou-o precocemente, ontem, dia 2/10.

Ligado à editora Hyperdub, tinha no seu currículo inúmeras colaborações e um percurso muito eclético pelos sons dançantes da música.

Em colaboração com Kode 9 e do álbum de 2011, Black Sun, fica este "Black Sun (Partial Eclipse Version)".

Italo Disco VIII

Dan Lacksman. O nome provavelmente não vos diz nada. Mas se vos falar nos Telex e em colaborações com artistas como Patrick Hernandez, Plastic Bertrand, Sparks, Yellow Magic Orchestra, Hooverphonic, Viktor Lazlo ou David Bowie então talvez a pessoa vos mereça um pouco mais de atenção.

O projecto individual mais importante do belga terá mesmo sido os Telex, que lançaram os sucessos internacionais "Spike Jones" e " Moskow Diskow". Mas mesmo antes dos Telex, Dan criou os Transvolta, muito na onda do Italo-Disco e a beber pargas de inspiração nos primeiros trabalhos de Giorgio Moroder.

O lado B deste single - "You are Disco" é basicamente uma extensão deste single, "Disco Computer". Por vezes perguntamos onde é que os músicos vão buscar a sua inspiração. Os Air e Daft Punk devem ter andado por aqui...

Douradinhos.

Depois das manhãs retro-disco, chega a sexta-feira pontapé na tola!

Os Liars de volta à nossa companhia, com a sua bela confusão de álbum, "Mess", a dar cartas no panorama do rock mais experimental e vanguardista. Hoje lançam-nos essa granada sonora que dá pelo nome de "I'm No Gold", servida de mais um video fantástico, a cargo de Laurie Lynch.

Não se assustem com a cara tresloucada de Angus Andrew. É marado, mas muito bom de ver e ouvir.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Ácidos. Vários.

A cena dançável de hoje é-nos trazida pelo britânico Luke Vibert, personagem que já anda nestas coisas da música desde finais dos anos 80. Do álbum de 2009, We Hear You, editado pela Planet Mu, escolhi este "House Stabs". Muitos samples conhecidos como dos The Orb ou DJ Hype fazem desta faixa uma homenagem ao que de melhor se vai fazendo na área do Acid House.

Inevitável.

Tinha de ser.
Não podíamos falar deles e do álbum de 1979, e não pôr qualquer coisinha a tocar.
Os deuses nórdicos ABBA e o seu "Does Your Mother Know", do álbum "Voulez-vous".

Vai, música, vai! - IV

E chegámos finalmente a "Impressions", o novo dos Music Go Music.

"Tell Me How It Feels" foi a minha escolha para a melhor música do álbum. Se dúvidas houvesse da dedicação destes norte-americanos ao património sonoro dos ABBA, aqui está a prova que os Music Go Music ouviram muitas vezes o álbum "Voulez-Vous", de 1979.

Ainda não há video oficial para a música, mas um bicho destes tem de ser mostrado ao mundo.



P.S.: Por falar nos ABBA, aqui vai uma bela surpresa: vão editar o registo de uma actuação ao vivo, "Live At Wembley Arena", de 1979. E, pelas notícias que nos chegam, vem com um original que ainda não tinha sido lançado – "I"m Still Alive".

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Viagens sonoras.

Se tiverem um tempinho e paciência para ouvir muito Electro Industrial e IDM, então peguem em dois álbuns de Stendeck, nomeadamente Sonnambula (2009) e Scintilla (2011), e viajem pelos sons hipnóticos e paisagens cinemáticas criadas por um universo de sintetizadores a cargo deste músico Suíço.

A decisão é vossa. Se comprarem o bilhete, quem sabe qual será o vosso ponto de chegada.

O melhor para o fim.

Pôr um disco a tocar e ouví-lo, de princípio ao fim, é uma nobre arte em vias de extinção.
Requer tempo e disposição. Mas quando a coisa corre bem e achamos, na nossa eterna inocência, que somos os primeiros a descobrir algo genuinamente bom, quais pioneiros sonoros, a vaidade pelo feito transforma-se em arrogância do género "Eu sei uma coisa que vocês ainda não sabem"!

Pois bem, eu (e mais uns quantos milhares) sabemos uma coisa: o novo álbum dos The Drums,"Encyclopedia", é genuinamente bom e tem uma daquelas faixas finais que provoca o efeito "cereja no topo do bolo": quando achamos que a coisa não pode melhorar mais, levamos com este "Wild Gease" e ficamos a ver estrelas (ou gansos).

A maldição do primeiro álbum.

Porque é que será que tantas bandas lançam o primeiro álbum, têm grandes vendas, e depois nunca mais conseguem repercutir essa fórmula de sucesso? A maldição do primeiro álbum é muito comum, talvez por falta de qualidade das bandas, talvez pela voracidade da nossa sociedade que quer sempre novidades, talvez por algumas músicas colocarem as bandas em topos para os quais não estão habilitadas a escalar.

Parece-me ser esse o caso dos Marcy Playground, com esta conseguida canção pop que é "Sex and Candy", mas que a partir daí pouco mais fizeram. O álbum que lhe sucedeu, Shapeshifter, foi uma desilusão, assim como os seguintes.

Fiquemos pois com sexo e doces (quem não gosta!) que ficamos muito bem.

Qualidade µ-Ziq

It's Artificial, de 2011, é o álbum de estreia de Andrew Bayer, um nome forte da editora Anjunabeats e do trance norte-americano. Ainda que esta seja, na verdade, a sua estreia discográfica a solo, Bayer já colaborou com muitos músicos como Boom Jinx e mais notoriamente o projecto Signalrunners, a par de Alan Nimmo.

Ainda que as raízes de Bayer estejam notoriamente no trance, este álbum não contém muitos dos elementos habitualmente encontrados nesse género da música de dança, antes apostando em realidades carregadas de conceitos do IDM e do breakbeat. Na verdade, It's Artificial encaixava perfeitamente no catálogo da Ninja Tune ou da Planet Mu, só para vos situar. Muita complexidade electrónica e sem voz. Que bom.

Vai, música, vai! - III

Mais uma manhã solarenga, mais uma dos Music Go Music.

Hoje temos o seu grande hit das pistas de dança, de 2009. Dá pelo nome de "Warm In The Shadows" e é um grandioso pastiche disco à la 70's. O video passa mais uma vez no programa fictício de tv, "Facetime".

Afastem a secretária, coloquem a bola de espelhos e Discooo!!!