quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Pelas ondas da rádio. - III

Sintonizamos mais uma vez a KEXP, que juntamente com a NPR, tem vindo a alimentar o nosso transístor com tanta coisa apetitosa.
Hoje, para nossa delícia auditiva e visual, trazemos de volta as netas americanas dos Kraftwerk (e afilhadas do nosso destrambelhado predilecto, David Lynch), as Au Revoir Simone.
As meninas apresentaram-se ao vivo na Judson Memorial Church, em Nova Iorque, no passado mês de outubro, para promover o novo álbum, "Move In Spectrums", acrescentando uma bela cover dos Mazy Star, "Fade Into You".
Aqui fica o registo da coisa.

Amen!

Novo video para "Fur Hildegard von Bingen", último single, a ser retirado de "Mala", de Devendra Banhart.
Como diria o Ricky Gervais: "Obrigado, Deus, por me teres feito ateu".

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Serviço público - IV

Passou por Lisboa no ano passado e, mais uma vez, voltou a confirmar a saudável relação de amor/devoção que tem com o público lusitano. Músico multifacetado e dotado de um registo vocal extraordinário, Patrick Watson estreia-se cá em casa a dar-nos um concerto daqueles.
Voltamos ao serviço público, voltamos a dar boa música às massas. E o que vale é que a nossa sala é grande e dotada de uma boa acústica!
A nossa empregada é que já não deve estar achar muita piada a estas invasões...

Versões - XIX

A pedido de muita gente, George Lewis Jr., mais conhecido com Twin Shadow, anda a fazer versões de artistas de renome. Deu ao projecto o nome de "Under the CVRS".
Esta foi a última a sair da fornada.
E vem quentinha e boa!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Um bom dia para isto.

Passear num jardim, saborear os ares outonais e pisar as folhas caídas.
Levar com o vento gelado, tiritar com o raio do frio e limpar o pingo do nariz.
É a minha estação favorita...

E também me cheira (quando o nariz está desobstruído) que os regressados The Pastels são gente para gostar desta altura. Escoceses de Glasgow com uma carreira iniciada em 1981, regressaram aos discos este ano, depois de um hiato de 16 anos. "Slow Summits" é o nome do álbum e hoje vamos estreá-los aqui no burgo com este "Kicking Leaves".

Quem muito dança, seus males espanta.

Que vergonha ainda não termos trazido estes senhores ingleses aqui a casa.
Para compensar tamanha falha, aqui ficam os Hot Chip a desfilar talento e transpiração pelos tapetes da sala, com um set de luxo, ao vivo, em Paris (olá, Bruto&Bruta), no Pitchfork Music Festival, com uma participação muito especial de Ira Kaplan e Georgia Hubley dos Yo La Tengo, nos coros para a mui sentida homenagem a Lou Reed, interpretando "Pale Blue Eyes", dos Velvet Underground.
A empregada vai ter trabalho a dobrar amanhã...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Na linha da sucessão ao trono da Pop.

Não é novidade nenhuma a minha paixão por estes escoceses.
Já aqui os rodámos insistentemente. E quem toca oito vezes, toca nove.
Para as 4AD Sessions, meninos e meninas, os "meus" Camera Obscura.


Serviço público - III

São três sacanas de meia idade, com um extenso currículo na história da música do século XX e XXI.
Mick Turner na guitarra, Jim White na bateria e Warren Ellis (tem sido a mão direita de Nick Cave na última década) na voz/berros/violino. Juntos dão pelo nome de Dirty Three. E que nome tão bem escolhido.
Afastem as papeladas de cima da secretária, cheguem os computadores para o lado e ponham os dossiers no chão. Isto é serviço público de alta tensão.

Eh, gringo!

Para começarmos bem a semana, aqui fica o novo video para o último single a ser editado de "Reflektor", "Afterlife". Apesar do video roçar o bonitinho, a melhor canção do álbum merecia uma estética ao seu nível.

sábado, 23 de novembro de 2013

Serviço público - II

Programa para este fim-de-semana?
Aqui fica ele: sentem-se confortavelmente, aumentem o volume do computador/tablet/smartphone/dumbphone/gadget-o-raio-que-o-parta e assistam a esta delícia.
O puto Blake, de primeiro nome James, a construir camada sonora sobre camada sonora e a mostrar com que paus se faz uma bela actuação.
Desfrutem de mais um serviço público de grande qualidade.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Serviço público.

Voltamos aos escritórios da NPR, rádio pública norte-americana, para ouvir umas das minhas bandas locais favoritas, os Wilco.
Gente pouco compreendida e pouco amada por estes lados lusitanos, os Wilco têm uma carreira relativamente sólida e de culto nas terras do tio Sam. Encaixados nas categorias de rock-country alternativo, têm na figura de Jeff Tweedy (voz, guitarra e escrita) o seu capitão e contam nas suas fileiras com um dos melhores guitarristas da actualidade, o Sr. Nels Cline. Caso queiram tirar teimas se o tipo é mesmo bom, estejam atentos ao guitarrista que está por de trás do percussionista.
Ora então deliciemo-nos com este mimo da NPR.
Isto sim, é verdadeiro serviço público.

Alegria, minha gente!

Do seu mais recente álbum "Ghost On Ghost", Iron & Wine a darem-nos "Joy".
Grandes músicas, sempre aqui, no Duotron Pacífico...



P.s.: A menina dança?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Venham para o lado negro. Temos boa música!

Darkside, projecto de Nicolas Jaar e David Harrigton, faz a sua estreia no Duotron. Lançaram no mês passado o primeiro álbum, "Psychic", e prometem agitar muitos corpos por essas pistas de dança de gosto requintado. Ora fiquem lá com este gostinho do lado negro, ao vivo, para se perceber a qualidade da dupla.



Boom!

Terceiro video a sair do mais recente trabalho dos Pixies, "EP-1". Depois de "Indie Cindy" e "Andro Queen", chega-nos "What Goes Boom". Não tão interessante quanto os outros dois videos, mas não deixa de ter uma fotografia bem conseguida e pequenos apontamentos narrativos que têm de ser muito bem observados.
E pela lógica de promoção, "Another Toe", será o próximo video.
Também é um Ep de quatro canções, portanto...

Banda sonora matinal.

Para alimentar a descida até ao trabalho, enrolado nos trapos, com o frio a espantar os últimos vestígios de sono, aqui fica a minha proposta de banda sonora ideal: "Couleurs", dos franceses M83, do seu álbum de 2008, "Saturday=Youth", aqui recriada ao vivo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

'Bora colaborar?

Isto das colaborações tem muito o que se lhe diga. Por vezes servem apenas para lançar um novo nome, para criar buzz ou relançar um artista entretanto caído em desgraça. Depois há aqueles que colaboram com tudo e com todos, sem qualquer critério. É o caso do Pharrell Williams, que tanto canta com os Daft Punk ou com Robin Thicke (eu sei, quem?).

Mas aqui no Duotron só tentamos trazer bons exemplos e, para isso, temos este Lilith, trabalho dos Plaid vocalizado pela Bjork. É bom, não é?

Pelas ondas da rádio. - II

Continuemos com actuações ao vivo, a promover material novo.
Desta vez são os Mount Kimbie, duo inglês (aqui convertido em trio) que pratica uma electrónica elegante, descendente de um dubstep menos óbvio e mais agradável ao ouvido.
O último de originais deles, "Cold Spring Fault Less Youth" (coisa estranha de perceber), merece toda a nossa atenção e, pelos vistos, a já nossa bem conhecida KEXP também achou que estes bifes mereciam atenção e tempo de antena.
Pena o Dj da rádio estar num dia não... mas a música salva tudo.
Cool!

BPitch Control - III

Mais um músico da BPitch Control, no caso o alemão Fritz Kalkbrenner, o menos conhecido dos irmãos Kalkbrenner (o outro é o Paul). Com sons mais quentes e menos techno do que o irmão, é mais um nome que tem vindo a contribuir para a fama da BPitch Control e para o tipo de sons que são a imagem de marca da editora.

Malucas da cabeça.

As meninas bonitas de David Lynch voltam (e ainda bem) à nossa discoteca com material novo. Chama-se "Move In Spectrums" e a promovê-lo trazem-nos este "Crazy".
Três miúdas, sintetizadores e um baixo.
Que mais pode um tipo pedir?

sábado, 16 de novembro de 2013

Eu a dançar em casa.

Bom, na verdade não sou eu. Até porque eu me mexo um bocadinho melhor. Mas a banda sonora ajuda e o rapaz lá vai mexendo o esqueleto.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Música da casa.

Esta era a música da casa. Pelo menos de algumas danceterias no final dos anos 90. Foi um êxito underground durante algum tempo até os Deep Dish pegarem no sonoro e ajudarem a música da casa a chegar ao top das listas de dança de diversos países. Foi tudo o que o Eddie Amador teve para nos dizer.

Quando o telefone toca.

Recordamos hoje aqui Connor Long, mais conhecido com Khonnor, que em 2004, com 17 anos, editou o álbum de estreia "Handwriting", um pequeno tratado de música, escrito, composto e tocado em casa, completamente lo-fi, com um microfone, um amplificador, uma guitarra e um computador velho...

Eu também poderia ter sido um músico caseiro talentoso se tivesse dado mais atenção ao kawai que tinha lá em casa e não ao outro orgão...

Mas isso agora não interessa nada.

O que interessa é mesmo a música deste tipo que entretanto voltou a desaparecer do radar musical.
Esperemos que um dia volte a surpreender-nos.

Os Duotron só podiam ser bem marados, não é?

Duotron, dupla Rikkeh Suhtn [Ricky Sutton] (guitarra, vozes) e Odi Km'kkahn [Jodie Mechanic] (bateria vozes). Do álbum "The complete book of duotron, illustrated".

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ai sobrancelha mai bonita!

De quando em vez lá convém pôr uma ou outra musiquita portuguesa. O que para mim não é fácil, confesso. Lembrei-me ainda assim das sobrancelhas mais famosas do panorama musical nacional: as dos irmãos Praça dos Turbo Junkie. É vê-las em seu todo o esplendor neste vídeo dos Plaza, onde partilham o palco com Quico Serrano, que já esteve em grupos como os Salada de Frutas, Ban ou Três Tristes Tigres. Para minha grande decepção, os Plaza editaram este ano um álbum mas sobrancelhas bonitas...? Nem vê-las. Podem vislumbrar esse atentado aqui.

O buraco do gato.

Gatos!
Gatos a voar!
Gatos a mostrarem o orifício!
Gatos com coisas fumegantes no orifício!
Gatos a fazerem coisas esquisitas que levará os nossos visitantes a soltar um: "ooohhhh"!

Milhões de hits que vamos ter à conta da porcaria dos gatos!
O melhor que temos a fazer a fazer é pôr este texto em inglês para termos ainda mais visitas!
(Com montes de pontos de exclamação!!!!)

Pussycats!!
Flying pussy... cats!!
Pussycats showing their... pussy??
Smoking pussycats!!! Yeahhh!
Pussycats??!? Adorable!!! Just love them!!!
...
Atchim!!



P.s.: para além da tontice genial deste video, que ilustra uma das minhas músicas favoritas de "Uncanny Valley", último de originais dos nossos australianos do coração, os Midnight Juggernauts, é de salientar a edição, este mês, de um EP a promover este "Systematic" e suas remisturas.

Obrigado ao Planeta Pop pela dica!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Por falar em clássicos das pistas de dança...

O que eu dancei isto no Alcântara! Traz-me muitas e boas recordações.

Old Skool Classic - I.

Um verdadeiro clássico da cena rave do início dos anos 90. Saíram algumas boas malhas sob a designação Psychotropic, cujo mentor principal era o DJ Face. Single baseado numa linha repetida até à exaustão, muito suave, a contrastar com a rapidez e violência das batidas que na época estavam em voga. Um clássico inquestionável.

Para onde vamos?

Exactamente para aí.

Quem sabe, não esquece. E quem sabe muito... - II

Há poucos compositores/cantores como Paddy McAllon.
Criou em 1978 um dos grupos mais vitais para a pop moderna, os Prefab Sprout.
Fizeram do seu segundo álbum, "Steve McQueen" (1985), uma bíblia da escrita elegante e de composições intemporais, e atingiram o sucesso comercial com o fabuloso "From Langley Park To Memphis" (1988). Mas nunca se fizeram à estrada, nunca deram concertos, evitaram sempre fazer aparições públicas a promover o seu trabalho. Ficaram os discos, os singles e os videos a promovê-los.

Da formação original dos Sprout ficaram os McAllon, Paddy e Martin, que voltaram aos discos este ano, com o novo "Crimson/Red". E Paddy, apesar da idade e problemas de saúde, continua no topo da sua liga.

E há pouquíssimos a jogar no seu campeonato com esta qualidade.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O tempo dirá...

Se isto é genialmente mau ou terrivelmente bom.
Devonté Hynes volta como Blood Orange, com "Cupid Deluxe" (que rodámos aqui na íntegra), depois de aventuras mais alternativas com os projectos Lightspeed Champion e Test Icicles. Já andou pelo punk, rock, folk, pop, dança, ilustração, fotografia, escrita, produção... Xiça!  Agora decidiu encarnar o Prince e resgatar o R&B moderno, levando-o de volta aos 80's. Reuniu uma série de gente bem reputada do meio indie, como os Dirty Projectors e Chairlift, e mais uns quantos do Hip Hop e R&B (não é a minha cena, confesso).

Mas, por o cu de Tutanis, há pormenores de produção no "Cupid Deluxe" que me faz olhar e ouvir duas, três, quatro, cinco vezes seguidas (saltando, é claro, as faixas em que os rappers convidados fazem a sua "cena"). Faixas como "Chosen" e "Uncle ACE" são verdadeiras pérolas retro-chic 80's.

Agora, quando o Sr. Hynes lança este video para promoção da faixa que encerra o disco, "Time Will Tell", eu fico verdadeiramente baralhado. Mas vou acreditar que a sua intenção fosse criá-lo tão 80's mau que se torne 10's bom...

Para acabar com os metais pesados.

Para finalizar o dia dedicado aos metais mais pesados, acabamos com os Pain, um projeto sueco encabeçado por Peter Tagtgren e que apesar de ser essencialmente Heavy Metal, colhe também influências da música eletrónica. A banda tem estado associada a duas editoras históricas na área do heavy: a Nuclear Blast e a Roadrunner Records.

Shut Your Mouth, dedicado a muitos coleguinhas aqui do burgo.

Versões - XVIII

Por falar em clássicos dos anos 80 (estamos a falar sobre isso, certo?), um que é indelével é o "Sweet Dreams (Are Made of This)" dos Eurythmics. Fazer uma versão sobre um tema tão fantástico é algo que só podia redundar em asneira, o que é muito frequente. Para surpresa de muitos, o Sr. Marilyn Manson fez uma versão desta música, em 1995, para o álbum "Smells Like Children" e não é que saiu um tema muito interessante?!

Sobre a figura muito se poderá dizer. Que é o anti-cristo, que retirou umas costelas para poder fazer auto-blowjobs ou, como ele próprio refere "The Christian Coalition said I was throwing puppies and cocaine into the audience and demanding they kill the dogs and do the drugs, when, in fact, I'VE NEVER HURT AN ANIMAL AND I DON'T GIVE AWAY DRUGS FOR FREE". Aliás, quem será maior aberração: Marilyn Manson ou os atrasados da Miley Cyrus e Justin Bieber. Donde é que saíram estes dois seres viscosos e repugnantes?

Voltarei de certeza ao Sr. Marilyn Manson, nomeadamente ao seu excelente álbum conceptual "Antichrist Superstar".


Isto não vai lá com falinhas mansas.

E portanto venham os Amorphis, uns regurgitadores por excelência, representantes do que de melhor se faz - e fez - na área do Black e Death Metal na Finlândia e Escandinávia. É uma pena a opção que estas bandas fazem por este tipo de vocalização gutural. As letras são, em geral, bastante interessantes e poderiam ser um atractivo suplementar à boa linha melódica. No caso deste álbum, "Tales from the Thousand Lakes", os temas foram retirados do Kalevala, a tradicional epopeia finlandesa. Mas pelos vistos isso pouco interessa para o efeito.

Do Black para o Trash

Os Pantera foram "a" banda decisiva da cena Speed/Trash Metal do início dos anos 90. Enquanto os Metallica sussurravam "Nothing Else Matters" ou "The Unforgiven", os Pantera lançavam três álbuns históricos: "Cowboys from Hell", "Vulgar Display of Power" e "Far Beyond Driven". Este último, donde saiu este "Becoming", foi o mais conhecido e o que mais vendeu. Mas esse sucesso comercial deve-se em muito aos seus antecessores, em especial o "Vulgar Display of Power".

O sucesso evaporou-se com o decorrer da década, para o que muito contribuíram as drogas e tensões entre os elementos da banda. Voltaram à ribalta uns anos mais tarde e não pelas melhores razões: a morte em palco de Dimebag Darrell, assassinado por um fã tresloucado enquanto atuava no projeto paralelo Damageplan. Esse acto representaria o fim dos Pantera, ou seja, da melhor banda de metal dos anos 90.

Can you hear the violins?

La Masquerade Infernale foi um daqueles álbuns que comprei meio ao acaso. Foi lá para os finais dos anos 90, naquela grande loja que a Valentim de Carvalho tinha no Rossio (paz à alma do senhor recentemente falecido), e nem me recordo bem do motivo que me levou a comprar aquele álbum e não outro. Felizmente que assim o fiz, pois tornou-se "no" álbum de Black Metal. E porquê? Porque basicamente não é Black Metal. Onde se estaria à espera de ouvir guitarras, baterias e grunhidos temos antes violinos, pianos, vozes operáticas, tudo muito instrumental e pouco vocal. Os Arcturus são uma super-banda dentro do movimento Black Metal nórdico. Composta, no essencial, por ICS Vortex (dos Dimmu Borgir e Borknagar), Jan Axel "Hellhammer" (Dimmu Borgir, Emperor, The Kovenant, Mayhem), Samoth (Emperor, Gorgoroth, Satyricon, Mayhem) e Steiner Sven Johnsen (Mortem, Covenant), nunca foram muito regulares nos seus lançamentos, em função do envolvimento dos seus membros em outros projetos. Curiosamente, este álbum não é dos preferidos dos indefectíveis da banda ou mesmo do fã hardcore de Black Metal. Percebe-se porquê. Tem pouco desse género e muito mais de algo que se pode tentar definir como avant-garde Black Metal. O que quer que isso seja...

sábado, 9 de novembro de 2013

Onde está o meu bilhete? Ah, aqui está ele...















Há momentos assim.
Uma hora e quarenta e cincos minutos de pura electricidade, ondas sonoras maciças, iluminação intensa, vocalizações entre discursos serenos e berraria (des)controlada, sem cortesias, sem conversas da treta, nem adulações ridículas do género "adoramos Portugal" ou "vocês são o melhor público do mundo".
Foi para isto que eu paguei trinta e cinco euros.
Sabia ao que ia e fui servido com competência, profissionalismo e muito talento.
O melhor concerto de 2013 (até agora) foi tudo aquilo que se espera de um grande concerto.

P.s.: recadinho para o Coliseu dos Recreios e quem o gere: é proibido fumar em recintos públicos fechados. Façam cumprir a lei, sff.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Onde está o meu bilhete? - IV

Em jeito de despedida, para (não) variar, Pixies a cantarem sobre ovnis, Roswell (ovnis), area 51 (ovnis) e azares da vida...

Como não venerar esta gente??

Onde está o meu bilhete? - III

Será esta mais uma canção estranha?
É certamente e é por isso que a adoramos.
Estará ela prometida à noite de amanhã?
Se os deuses dos alinhamentos não forem mesquinhos...

Onde está o meu bilhete?- II

Uma canção dos Pixies é tudo menos convencial.
Temáticas tão importantes (e complexas) como ovnis, surf, incesto e outras perversões, assassinos, índios, super-heróis, estupidez e vida universitária (estupidez ainda maior) são matéria prima para pérolas como este clássico de 1987, do primeiro álbum deles, "Come On Pilgrim".

Onde está o meu bilhete?

Façam o favor de abrir a pestana.
Amanhã há, provavelmente, o melhor concerto do ano.
Têm 27 anos de carreira, mas a raiva, a urgência, o humor, a loucura e alguma (muita) gordura, continuam fresquinhas como quando começaram.

Os Pixies, a elevarem a obra dos The Jesus and Mary Chain, numa versão tremenda de "Head On".
Será certamente uma das canções que vai trazer o coliseu abaixo.

Subitamente ou não.

A senhora Anna Calvi continua a promover o seu mais recente longa duração, "One Breath".
A escolha para o novo single caiu em "Suddenly".
E eu, assim subitamente, concordo plenamente!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Beautiful Suede shoes. - V

"Head Music", de 1999, foi o quarto e o último álbum interessante antes do desatino que foi "A New Morning" e a hibernação a que banda foi colocada até ao ressurgimento em 2011.
Influenciado pelo Glam Rock dos anos 70, em particular nas figuras de Bowie e Bolan, este álbum teve uns pontos acima de "Coming Up", mas não fugiu muito à linha pop que o outro já tinha trilhado.
Podem verificar as linhagens Glam e Pop nos videos dos singles a seguir.

Curiosidade: segunda vez que os vi ao vivo, a promover este álbum, na primeira parte dos R.E.M, no Pavilhão Atlântico, actual MEO Arena. Depois só os voltaria a ver em 2000, em registo best of, na Aula Magna. E foi um belíssimo concerto. Esperemos que se repita hoje.



Beautiful Suede shoes. - IV

"Coming Up", álbum de 1997, foi um afastar do lado mais negro de "Dog Man Star", já que Brett Anderson tentou levar a banda para uma pop mais luminosa e mais comercial. Pessoalmente acho que, daqui em diante, a carreira dos Suede tornou-se mais previsível e menos interessante, mas Bernard Butler só há um e seguiu com a sua vida para outras pastagens.
Com "Coming Up" começou também uma colaboração bem interessante com o (gigante) Peter Saville, designer responsável por capas de Joy Divison e New Order.

Em 97 foi também o ano do meu primeiro contacto com os Suede ao vivo, no primeiro festival Sudoeste, quando este era interessante e mal organizado e não uma colónia de férias para sub-18.

Beautiful Suede shoes. - III

"Dog Man Star" foi o complicado segundo álbum dos Suede, em 1994.
Após as gravações do álbum, Bernard Butler (guitarrista e compositor) abandonou a banda, deitando por terra os esforços da imprensa e fãs de rotular Butler e Brett Anderson como os novos "Marr & Morrissey" dos anos 90, estabelecendo um paralelo entre a importância dos The Smiths nos 80 com os Suede nos 90.
A banda andou um bocado à deriva até ao recrutamento de um puto de 17 anos, Richard Oakes, para o lugar de guitarrista. Talento não lhe devia faltar, após audições a dezenas de guitarristas.

Fiquemos com os três singles editados desse álbum (o meu favorito).
Curiosidade: o video de "New Generation" já conta com Oakes na guitarra.





Beautiful Suede shoes. - II

Os clássicos que logo não faltarão.
Terceiro e quarto (e último) singles a serem lançados do álbum de estreia homónimo, de 1993.
Sim, já lá vão 20 anos.



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A emergência da novidade.

Ryan Lott é um tipo norte-americano, que se apresenta hoje aqui no estaminé com o seu projecto Son Lux. Tem álbum novo que se chama "Lanterns" e este primeiro avanço, "Lost It To Trying", captou a minha atenção. Não sei se o resto do álbum promete tanto como este avanço, mas pelo menos já tem o mérito de rodar na discoteca deste vosso amigo Dj.

Versões - XVII

"Ya Hei", a melhor música do último "Modern Vampires Of The City", dos Vampire Weekend, foi revista pela linha folk/country de Phosphorescent, para uma actuação na rádio norte-americana KCSN.

E eu não resisto a mais um pepsi challenge, com o video do original e o da cover.
E sei de uma garota que vai gostar muito do desafio.



Ode ao bom gosto (do frango).

Há que amar Dan Bejar.

Do seu projecto pessoal, Destroyer, até às colaborações com os The New Pornographers, tudo é muito bom ou a roçar a perfeição. E vê-lo ao vivo, embriagado até à medula e mesmo assim dar um dos melhores concertos que já presenciei, é obra.

Lança agora um novo EP, "Five Spanish Songs".
A promoção desse trabalho está a cargo do single "Bye Bye".
E o video é absolutamente delicioso. Pelo menos Bejar parece achá-lo bem delicioso.

Vai já para a lista de melhores canções/videos de 2013!

Beautiful Suede shoes.

A menos de 36 horas de mais um grande concerto no Coliseu dos Recreios recordamos algumas das nossas canções favoritas, com um grande desejo que figurem no alinhamento de amanhã.

Começamos com este lado B, "Europe Is Our Playground" (do single "Trash" de 1996), que muita gente mataria para ter como lado A de qualquer single.

Um clássico de um clássico.

Aproveitando a onda clássica que muito bem voga aqui no Duotron, lembrei-me deste clássico dos The Verve, cujo linha de apoio é uma versão orquestrada da Andrew Oldham Orchestra do clássico dos Rolling Stones "The Last Times". Muito clássico à mistura e também muita controvérsia. Bulhas no tribunal sobre direitos de autor, royalties, autorizações legais e outras. Note-se que em termos de royalties esta música reverte a 100% para os porcos Jagger/Richards. Essa dupla nojenta, que já muitos anos deve à terra, deve ter ficado bastante satisfeita com mais uns trocos para drogas e prostitutas (femininas, masculinas ou equestres, tanto se lhes dá).

Independentemente dos créditos da canção, o que fica para a história é o vídeo e a música dos The Verve, uma abertura excelente para o brilhante álbum de 1997 (já!?), Urban Hymns.

Bandas sonoras imaginárias.

A propósito da belíssima última posta do meu mui estimado companheiro e connaisseur DJ Bruto, trago também um abordagem mais clássica às minhas postas habituais, mas com um twist de electrónica.

A obra do boy wonder Nico Muhly merece-nos toda a nossa atenção, não estivéssemos a falar de um tipo com 32 anos, de formação clássica, que já compôs óperas, bandas sonoras para filmes (entre eles a de "The Reader") e arranjos para inúmeras bandas de música contemporânea e alternativa para gente como Antony, Bonnie Prince Billy e os The National.

Hoje, para deleite de quem quiser parar um pouco e contemplar o mundo à sua volta, aqui fica "Drones in Large Cycles" de Nico Muhly.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Nadzieja

Nadzieja, filme realizado por Stanislaw Mucha mas com o conceito e argumento desenvolvidos por Krzysztof Pieseiwicz (e, em parte, por Krzysztof Kieslowski). Vi o filme há uns quatro/cinco anos e confesso que não me deixou grades recordações, excepção feita à bonita fotografia e à inspiracional banda sonora, donde destacaria este Last Days, de Max Richter. Compositor com formação clássica e aluno do brilhante Luciano Berio, Richter tem várias bandas sonoras no seu currículo e colaborações com artistas de outras áreas, como Roni Size ou Future Sound of London. Os trabalhos com os FSOL são de facto muito bons e recomendam-se.

Versões - XVI

O álbum de tributo aos Depeche Mode "For The Masses: A Tribute To Depeche Mode", de 1998, ficou célebre por algumas das versões que lá constavam. Entre elas encontrava-se uma versão de "Stripped" (obra-prima da discografia dos DM, do álbum "Black Celebration" de 1986), feita pelos Rammstein, com direito a video polémico (outra coisa não se podia esperar dos senhores alemães), por usar sequências de filmes de Leni Riefenstahl, a polémica realizadora alemã que ficou sempre conotada com o regime nazi de Hitler.
Mas o que importa aqui é recordar a qualidade sonora e visual de duas estéticas alemãs, pródigas em monstros e anjos, e separadas por mais de 60 anos, mas que casaram tão bem neste video.

Guacamole & Tropicaliente.

Sim senhoras e senhoras, é ele! Ele, o grande e iluminado Silvério. O Serafim Saudade da música eletrónica mexicana é uma figura de culto no seu país e em muitos outros países latino-americanos. Sempre que vem à Europa é um show!

Gosto também muito do single "Iluminado", mas para saberem ao que o rapaz vem nada melhor do que Yepa Yepa Yepa.

O sócio silencioso.

Da Alemanha chega-nos Jurgen Paape, co-fundador da editora Kompakt, músico bem discreto, que nunca actuou ao vivo, nem como Dj. No entanto é responsável por algumas das melhoras músicas que a Kompakt já editou e que rodaram por essas pistas de dança.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

De volta aos 80 e aos New Romantics.

Já há algum tempo que não publicava um daqueles clássicos dos 80. E este é mesmo um obrigatório. A música preferida da Kim Wilde e a banda que mais influenciou em termos musicais e visuais os nossos Heróis do Mar. É verdade que as coisas começaram a descambar um pouco a partir do terceiro álbum - True, demasiado adulto e delicodoce para o meu gosto. A synthpop tinha ficado para trás mas não o sucesso.

Do primeiro álbum, Journeys to Glory, o meu single preferido deles: To Cut a Long Story Short.

Aproveitando a deixa dos nossos vizinhos...

Eis os Bigott, de Saragoça, que já andam nestas andanças há alguns anos. Os temas típicos da banda são a morte, o sexo, bebedeiras, raparigas giras e outras obsessões. Ou seja, o normal. O canibalismo é também uma opção, portanto.

Nuestros vecinos.

Sim, que irmãos é outra conversa.
Mas da terra vizinha vêm alguns ventos a considerar.
Da liga maior da pop alternativa espanhola, os Delorean vieram visitar-nos, com álbum novo, "Apar", de onde extraem este "Spirit".
Podia ser tanta coisa, tanta influência, tanta cópia, mas vamos ouvir esta canção como aquilo que ela é: uma boa música.

Loving the alien.

Os chanfrados dos MGMT continuam a chutar cá para fora pérolas estranhas a promover o seu último álbum de originais homónimo. Esta chama-se "Alien Days" e o video é um misto de David Lynch com M. Night Shyamalan.
A minha parte favorita: o lettering usado na assinatura no livro!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

BPitch Control - II

Mais um nome do catálogo da editora da Ellen Allien, Jay Haze, aka Fuckpony, é um músico e produtor norte-americano, co-fundador da Textone, que foi uma das primeiras editoras a publicar música online de descarregamento gratuito. O rapaz está também constantemente envolvido em projetos humanitários e exemplo disso é este vídeo filmado nas slums de Lima - Peru. I'm Burning Inside, um tema que tem a cara da BPitch Control. Meth anyone?

Engraçadinhos.

O novo video para o último single de "Trouble Will Find Me", "Graceless", é uma bela piada irónica, com uma grande suspeita de ter sido filmado em casa dos pais de Matt Berninger, com o próprio pai dele no papel do idoso que tenta limpar a piscina...
Isto tudo é suspeita de quem viu o belo documentário "Mistaken For Strangers", realizado pelo irmão de Matt, Tom Berninger.
Procurem-no, sff.
O documentário. Não o irmão.
Ou os dois, como quiserem.


Sacrebleu? Bien sûr, Dimitri!

Tantos Sacrebleu do comparsa DJ Ruto fizeram-me recordar o primeiro álbum do francês Dimitri From Paris, surgido no auge da música de dança francesa, num altura em que também estavam em alta os Air ou Daft Punk. Todavia, ao contrário destes, que optaram por abordagens mais electro e disco, Monsieur Dimitri apostou em sonoridades com influências do faux-jazz dos 50 e 60, música de cabaret e um house muito próprio, algo que resultou num excelente álbum, considerado pela MixMag como disco do ano.

No meio está...

O novo video dos Deerhunter, "Back To The Middle", para o mais recente "Monomania", de 2012. Depois do grande "Halcyon Digest", de 2010, a banda de Brandon Cox presenteou-nos com um bom concerto no último Optimus Primavera Sound e confirma-se como uma das boas bandas estranhas a seguir.